MAYARA MICHELS
DA REDAÇÃO
A 11ª Parada da Diversidade Sexual, mais conhecida como Parada Gay agita a tarde desta sábado (23), em Cuiabá. A intenção é impactar a população. O cartaz de divulgação do evento, a estátua da Liberdade beijando na boca o símbolo da Justiça, a deusa Têmis, com a frase: “Estado laico: sua religião não é nossa lei”. “Queremos chamar a atenção, causar polêmica”, disse a estudante Paula Barros, de 21 anos.
O evento foi trocado de sexta-feira para sábado. O motivo da troca do dia foi as obras de mobilidade urbana. “Como sabemos que o trânsito está um caos devido às obras de mobilidade urbana, em conversa com a SMTU optamos por realizar o evento num sábado e fazer o mesmo trajeto dos primeiros anos, subir a Getúlio Vargas e encerrar o evento na Praça Santos Dumont”, disse Luciano Lupo, um dos entusiastas e organizadores do evento.
A Parada, que também tem como bandeira principal o combate à homofobia, além de outras questões relacionadas à política e à causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), começou na Praça Ipiranga, e os participantes saíram em caminhada até a Praça Santos Dumont na Avenida Getúlio Vargas. Organizadores do evento seguiram em um trio elétrico que anima os participantes do evento com músicas altas e discursos a favor do movimento. Shows de drag queens também está previsto para ocorrer.
“A população precisa parar de preconceito e aceitar que não se vive só de doutrinas religiosas”, disse o vendedor Leandro Santos, que é casado há dois anos com Júnior Guimarães.
CONSTRASTE
Um grupo de 50 evangélicos rezava na Praça Ipiranga, quando os participantes do evento passavam trajando roupas coloridas e alguns seminus. Os evangélicos que, costumeiramente utilizam a praça para pregar, aproveitaram a oportunidade para 'rezar pelos participantes'.
Durante as orações, evangélicos apontavam para o grupo LGBT pedindo a benção, para que Deus os livrasse do homossexualismo. Para Luciano Lupo, a presença dos evangélicos no meio dos participantes, é boa. “Pedimos por um estado laico; a religião deles não é a nossa lei. Eu acho bom que eles estejam aqui já, que na questão de política, os evangélicos fundamentalistas são as nossas maiores barreiras”, disse Lupo.