ANDRÉA HADDAD
Em discurso "politicamente correto", o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), descartou nesta quarta (23) a possibilidade de vetar a mensagem que reajusta em 63% os salários dos vereadores. “É uma questão da Câmara, interna, e eles é quem têm a prerrogativa de decidir sobre isso”, declarou o socialista.
No início do mês, o chefe do Executivo “cortou” o reajuste do próprio salário, previsto para passar de R$ 14,3 mil para R$ 22 mil, conforme matéria aprovada pela Câmara. Antes disso, ele já tinha suspendido o reajuste de 25% na alíquota do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e mantido o percentual de 0,4% cobrado em 2012.
A majoração no valor do IPTU foi questionada pela Mesa Diretora do Legislativo, presidida por João Emanuel (PSD). O social-democrata alegou à época que houve falhas processuais no trâmite do procedimento interno de aprovação da matéria na Casa. Por outro lado, entende que não há vícios na matéria referente ao reajuste dos parlamentares.
Pela medida aprovada, e aguardando sanção do prefeito, os salários dos vereadores passam de R$ 9,2 mil para R$ 15 mil. A verba indenizatória de R$ 15 mil subiria para R$ 20 mil por mês, mas deve ser alterada em função do efeito cascata com o “veto” à majoração do salário do prefeito.
Além disso, cada um dos 25 parlamentares embolsa R$ 17 mil para pagar os salários dos funcionários contratados a fim de ajudá-los a legislar.
A Câmara deve receber mais de R$ 30 milhões em duodécimo para 2013. O orçamento geral de Cuiabá previsto é de R$ 1,6 bilhão. “Vou cumprir a lei orçamentária de acordo com o que for aprovado, não vai ter corte de verba”, salientou Mauro.
O prefeito também negou que houve reajuste para os secretários do município. “Eu também tinha esta informação, ela não procede, não foi alterado, vou analisar isto dentro do orçamento e dentro da realidade de mercado para que eu possa manter uma equipe adequadamente estimulada e trabalhando, qual vai ser a nossa propositura que eu farei ainda em fevereiro”.
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