ANA ADÉLIA JÁCOMO
Após quase 30 dias de adiamento por falta de quórum, o projeto de lei, de autoria do deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), que pede a redução do acúmulo de funções do vice-governador Chico Daltro (PSD) entrou na pauta da Assembleia Legislativa e deve ser votado na próxima semana.
Durante todo esse prazo, o deputado tentava colocar em votação o projeto, porém nunca havia parlamentarem em sessão para votar. Assim, começou a circular o boato de que havia uma orientação do PSD para esvaziar as sessões de forma a impossibilitar e dificultar a discussão. O parlamentar pediu na tribuna que seu pleito fosse atendido.
Líder do PSD no parlamento estadual, deputado Walter Rabello, no entanto, logo tratou de desmentir os comentários e esclareceu que em nenhum momento houve esse pedido. José Riva, secretário geral da legenda, também tratou de esvaziar os rumores e esclareceu que assim que houvesse quórum o projeto seria votado.
Apesar de nos bastidores ser comentado de que o pedido de Pinheiro já é praticamente uma derrota, o republicano ressalta que acredita que o chefe do Executivo está aos poucos recuando da decisão de concessão de amplos poderes a Daltro, já que até optou por retirar do domínio do vice-governador o escritório do governo em Brasília e concedê-lo ao ex-secretário de Estado Eder Moraes, um inimigo de Chico Daltro.
“Se a situação dele estivesse correta, isso não teria acontecido. Quero acreditar que aos poucos estão tirando esse acúmulo de funções dele. Mas o meu projeto ainda tem que ser votado. Não estou sabendo de orientação para boicotar, e espero que não tenha, porque eu tenho ao menos o direito de que ele seja votado. Se vaio ser aprovado ou não é uma segunda questão”, argumentou.
Durante sessão na Assembleia Legislativa na quarta-feira (27), o presidente da Casa, deputado estadual José Riva (PSD), anunciou que a proposta do colega republicano iria para a pauta. E já articulando para que pudesse ter alguma chance com a maioria que deve votar contra o seu projeto, Pinheiro chegou a pedir para tirar o líder do governo, Romoaldo Júnior (PMDB), da relatoria.
O parlamentar justificou o pedido afirmando que o próprio peemedebista teria declarado que não se sentia a vontade para estar no caso, uma vez que representava o governo Silval Barbosa (PMDB), responsável pela delegação ampla de funções a Daltro, porém, tinha um entendimento de que realmente a situação do social-democrata estava no mínimo questionável.
O pedido entrou em pauta após Emanuel pedir dispensa de forma a dar celeridade no processo e para que fosse criada especificamente uma comissão de análise. Nesta, estão os deputados Baiano Filho, Walter Rabello (PSD), Antônio Azambuja (PMDB) e Wagner Ramos (PR).