RENAN MARCEL
A Câmara Municipal de Cuiabá não votou o pedido de redução de salário do prefeito Mauro Mendes (PSB), feito pelo próprio gestor. Segundo o presidente da Mesa Diretora da Câmara, João Emanuel (PSD), a mensagem do prefeito foi encaminhada para uma comissão temática, que ainda está avaliando o pedido e não tem previsão para terminar. Existia a expectativa de que fosse votado hoje.
Mendes pediu que seu salário de R$ 22 mil passe para R$ 17 mil, com o objetivo de economizar aproximadamente R$ 1,5 milhão na folha de pagamento.
Ao contrário do aumento na verba indenizatória do prefeito, que deu legalidade ao salário dos vereadores e por isso foi votado e aprovado em regime de urgência, a redução no salário de Mendes ainda não foi pauta de votação e tudo indica que terá que esperar um pouco mais até ter ser votada pelos parlamentares.
O vereador João Emanuel disse ao RepórterMT que está apenas aguardando o parecer da comissão, mas não sabe quando será a votação. “Não tenho previsão, estou dependendo do parecer da comissão temática para votarmos”, declarou. O pedido está há duas semanas em tramitação na Câmara. João Emanuel nega, mas a Casa pode estar adiando a votação para garantir o aumento do duodécimo do Legislativo.
A demora tem desagradado o chefe do Executivo. “A Câmara fez um compromisso comigo que faria essa redução. Estou aguardando eles cumprirem o compromisso. Esse atraso não é positivo”.
O prefeito também aproveitou a ocasião para lembrar os vereadores de que o pedido de aumento na verba indenizatória só foi encaminhado à Câmara por causa do questionamento do Ministério Público do Estado (MPE) sobre a remuneração dos parlamentares.
Recentemente o promotor de Justiça Wagner Fachone, do MPE, ingressou com pedido de liminar contra a Câmara. No entendimento dele, os vereadores não podem receber mais que o prefeito.
“Eu fui rápido em resolver o problema que eles pediram que eu resolvesse, espero que eles tenham a mesma consideração para comigo”, pontuou o prefeito.