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Cuiabá, 24 de Maio de 2025
24 de Maio de 2025

11 de Dezembro de 2012, 16h:00 - A | A

POLÍTICA / PANELAÇO NO PAIAGUÁS

Servidores cobram fim das OSs; PM tenta barrar imprensa

A sede do Governo foi fortemente resguardada por policiais militares, que impediram a passagem dos manifestantes e até mesmo da imprensa

ANA ADÉLIA JÁCOMO E ANDRÉA HADDAD



Em defesa da permanência do Sistema Único de Saúde (SUS), os servidores da Secretaria Estadual de Saúde fizeram uma manifestação no Centro Político Administrativo na tarde desta terça-feira (11). O movimento, intitulado como “panelaço”, reuniu cerca de 100 pessoas, que gritavam palavras de ordem e exigiam um posicionamento contrário do Governo do Estado em relação as Organizações Sociais de Saúde (OSS).


Após uma passeata, os funcionários foram ao Palácio Paiaguás para tentar reunirem-se com o governador Silval Barbosa (PMDB), mas foram recebidos pelo secretário-chefe da Casa Civil, José Larcerda, já que o peemedebista está em Brasília.


A comissão, formada por João Damasceno, pela presidente do Sindicato dos Médicos Elza Queiróz e pela presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma), Alzita Ormond, tiveram diálogo no local.


A sede do Governo foi fortemente resguardada por policiais militares e seguranças, que impediram a passagem dos manifestantes e até mesmo da imprensa. Vários jornalistas foram barrados. 


Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os funcionários criticavam os investimentos com a Copa do Mundo, que terá Cuiabá como uma das cidades sedes em 2014 e afirmavam que a Saúde no Estado tornou-se falida por conta de má gestores.


Sem economizar nas críticas contra o ex-secretário de Saúde Pedro Henry (PP), os servidores disseram que o deputado federal, condenado a sete anos de prisão no escândalo de corrupção conhecido como Mensalão, levou o setor ao “fundo do poço”.


REPRESÁLIA


Duas servidoras da pasta disseram ao RepórterMT que sofreram represálias por se posicionarem contra a contratação das OSS´s. A funcionária Eliane Curvo, do Hemocentro, disse que só não foi encaminhada a prestar serviços no Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho por ser médica. “Chegaram a expor meu remanejamento, mas não publicaram no Diário Oficial”, relata. Já a servidora Magna Matos, também do Hemocentro, não teve a mesma sorte. Sem formação em medicina, ela passou um mês e sete dias trabalhando na sede da secretaria de Estado de Saúde, no Centro Político Administrativo. Somente com uma liminar judicial, conseguiu retornar ao Hemocentro. 


A médica Eliane disse que há necessidade de mudanças nas políticas públicas e não apenas de gestão. “O Vander é um verdadeiro fantoche do Pedro Henry, deputado que nunca deveria ter sido escolhido para gerenciar a Saúde diante do envolvimento em sucessivos escândalos, como o dos sanguessugas, com desvio de recursos deste mesmo setor”.


A profissional avalia que os equívocos na área acirraram na segunda gestão do ex-governador e senador Blairo Maggi (PR). “Foram nomeados apenas secretários sem comprometimento com a Saúde Pública”. Na noite desta terça, servidores do Hospital Metropolitano de Várzea Grande vão fazer uma manifestação. Eles estão há dois meses com os salários atrasados.

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