MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
O deputado José Riva (PSD), autor do requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Cooamat, retirou da pauta seu requerimento para que Eraí fosse convocado a prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa.
O pedido foi feito após as declarações do deputado Emanuel Pinheiro (PR), que disse no programa de entrevistas Conexão Poder, do último domingo (30), que a CPI que investiga uma suposta sonegação milionária da Cooperativa Cooamat, que seria diretamente ligada ao rei da soja, Eraí Maggi (PP), “cheirava à vingança”.
“Vossa excelência defende que a convocação do senhor Eraí é uma questão pessoal e não é, e eu estou disposto a fazer uma troca para nós ouvirmos os demais”, declarou Riva se referindo à declaração de Pinheiro.
Como a proposta de ‘troca’ acabou ‘soando’ mal, Riva oficializou a retirada de seu requerimento para convocar o ‘rei da soja’.
“Temos dois depoimentos mais importantes que do Eraí Maggi. Então poderíamos nos basear neles para depois convocá-lo. Então retiro [convocação de Eraí] e depois apresento outro requerimento”, declarou.
A medida foi tomada pelo deputado na reunião da CPI, desta terça-feira, após declarar que o presidente da Cooamat, que deveria depor na ocasião, não teria sido localizado para que a intimação fosse oficializada.
Com a ausência do interrogado, Riva pontuou que esta não seria a única pessoa que teriam dificuldades para localizar, e devido ao pouco tempo restante desta legislatura, que se encerra no dia 22 de dezembro, sugeriu a suspensão de todas as oitivas marcadas.
“Entendo que não deveríamos insistir nas oitivas porque perderíamos tempo se pessoas não comparecem e creio que temos condições de fechar um relatório independente das oitivas”, argumentou.
A ação ainda deve ser definida pelo grupo em uma reunião fechada dos pares.
Ao final da reunião, o deputado Alexandre César, presidente da CPI da Cooamat, declarou eu caso não tenham confirmação de que as intimações dos demais investigados que haviam sido convocados tenham sido efetuadas, a próxima reunião do grupo marcada para esta quinta-feira (04) será cancelada.
DECLARAÇÕES POLÊMICAS
“Eu acho que foi uma medida desnecessária, que cheira a vingança, parece que foi vingança"
No Conexão Poder, o Deputado Estadual Emanuel Pinheiro (PR) disse que a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar uma suposta fraude milionária envolvendo Eraí Maggi (PP), foi um inconsequência que apontaria uma vingança política.
Parte das críticas do deputado, que é relator da CPI, se devem ao fato da mesma ser obrigatoriamente encerrada ao fim desta legislatura, no dia 31 de dezembro, sendo o trabalho inconcluso já que ele não acredita que haverá tempo hábil.
“Eu acho que a CPI foi uma inconsequência com o pouco tempo hábil que existe pela frente. Se ela tivesse que nascer, deveria nascer com certeza na próxima legislatura”, frisou.
Em suas declarações, Pinheiro ressaltou que a ação lhe parecia ser vingativa, já que a CPI proposta pelo deputado José Riva (PSD) seria contra ao maior doador de campanha de Taques, que derrotou seu grupo político na disputa pelo governo do Estado.
“Eu acho que foi uma medida desnecessária, que cheira a vingança, parece que foi vingança, é o que tudo leva a crer. Falta pouco muito, a linha está muito tênue para a imprensa parar de chamar de CPI da Cooamt para CPI do Eraí Maggi. Isso não é bom. Você já está pré-julgando. Lá na frente pode ser culpado ou inocente, mas da forma que está sendo feita parece que quer se ‘espetacularizar’, parece que quer atingir o governo eleito legitimamente”, criticou.
eurides 05/12/2014
Como o caso é grave e tem provas, não interessa se for vingativa o importante é colocar na cadeia que infringe a lei, quem mata ou rouba tem pagar, seja quem for o dinheiro não pode sobrepor a lei.
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