MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Por 18 votos contra, duas abstenções e 4 ausências, o atual presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB), escapou de ser investigado pela Comissão de Ética da Casa.
Em votação na sessão ordinária desta terça-feira (29), os vereadores não acataram o pedido de investigação feito por meio de uma representação pelo Partido Ecológico Nacional (PEN).
As denúncias contra o presidente apontam supostas fraudes na tramitação de três leis, que autorizaram a suplementação de R$ 365 milhões à Prefeitura de Cuiabá, no fim da gestão do ex-prefeito Chico Galindo, em dezembro de 2012. As leis teriam sido aprovadas e sancionadas sem terem sido votadas pelos vereadores e apreciadas pelas comissões da Casa.
A abertura do processo já devia ter sido votada pelos vereadores, mas na sessão da última quinta-feira (24), foi retirado da pauta a pedido do vereador Dilemário Alencar (PTB), que alegou não ter conhecimento os argumentos que pediam a abertura de cassação contra Pinheiro.
Antes mesmo antes da votação, nos bastidores, a defesa de diversos vereadores ao presidente Júlio Pinheiro já demonstrava qual seria o provável resultado da votação, até mesmo o presidente da Comissão de Ética, vereador Toninho de Souza (PSD), já havia declarado que irá votar contra a abertura do processo, pois considera que o pedido de cassação é precipitado, já que não houve um processo investigativo sobre o caso.
O caso também foi denunciado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) pela defesa do ex-vereador João Emanuel (PSD).
O OUTRO LADO
No dia 22 de abril, o presidente ‘perdeu a linha’ e esbravejou na tribuna contra todas as publicações veiculadas na mídia a respeito da denúncia, afirmando que irá processar os veículos de comunicação.
Em entrevista aos jornalistas, ele afirmou que a denúncia foi ‘plantada’ pelo então vereador João Emanuel (PSD), que desde o mês de fevereiro vem tentando o tirar da cadeira de presidente e ressaltou que tem todas as provas que provam sua inocência, inclusive, já as teria mostrado para alguns vereadores.
Diante de fortes questionamentos da imprensa, Pinheiro chegou a apresentar aos jornalistas, uma ata que supostamente provaria sua inocência, mas se recusou a fornecer cópias do documento. Quando questionado se não deveria prestar contas de seus atos à sociedade, o presidente foi firme ao destacar que sua obrigação é prestar contas à Justiça.
“Tenho a mais absoluta tranquilidade, vou apresentar (provas) na hora que eu achar que é conveniente. Enquanto isso, vocês batam, façam o que quiser, porque o processos é o mesmo”, frisou Pinheiro aos jornalistas.