MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
O servidor público Paulo Araújo (PSD) deve assumir na próxima semana o cargo de vereador deixado por João Emanuel (PSD), que teve o mandato cassado na última sexta-feira (25). O ato de posse deve ocorrer assim que a perda do mandato de João Emanuel for oficializada com a publicação na Gazeta Municipal e após o feriado de 01 de maio, nesta quinta-feira.
Apesar do processo de investigação sobre João Emanuel ter levado cerca de quatro meses até a cassação, para o substituto do cargo a ‘ficha parece que ainda não caiu’.
Em entrevista ao RepórterMT, Araújo afirmou que ainda não pode se pronunciar sobre a possibilidade de exercer um mandato “ioiô”, já que a defesa de João Emanuel promete recuperar o cargo na Justiça e o caso pode se tornar uma sequência de vitórias e derrotas judiciais, que resultariam em uma série de idas e voltas de João Emanuel ao cargo, até o fim deste mandato em 2016. Para Araújo, toda essa situação ainda é uma grande surpresa.
“É uma coisa que eu nunca pensei. Não consigo ter uma opinião formada sobre esse assunto ainda. Nunca imaginava que teria esse processo de cassação. Mas se ocorrer, será um direito dele”, pontuou Araújo ao analisar o quanto essa possibilidade poderia prejudicar seu trabalho.
Paulo Araújo conquistou o posto de primeiro suplente pelos 2.208 que teve para o cargo de vereador em 2012.
Servidor público da Secretaria de Saúde do Estado, o substituto de João Emanuel ressalta que pretende trabalhar com foco nessa área.
“A minha militância profissional é no sistema público de saúde, então bem provável então vou buscar me empenhar no desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a área de saúde pública”, frisou.
VEREADOR CASSADO
João Emanuel, que foi o vereador mais votado em 2012 com 5.824 votos, foi cassado por quebra de decoro parlamentar, após a instalação de uma investigação pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que apontou o envolvimento do vereador em um esquema de fraude à licitação da Casa, grilagem de terrenos e falsificação de documentos.
A imagem de João Emanuel ficou nacionalmente conhecida após a divulgação de um vídeo no qual negociava um contrato e explicava para uma empresária como iria fraudar a licitação.
A defesa do ex-vereador, que chegou a ser preso no mês de março, sob a alegação de evitar que o mesmo atrapalhasse as investigações, mantém seu posicionamento inicial afirmando que o vídeo, que serviu de prova para a cassação de Emanuel é uma montagem.
Em entrevista aos jornalistas, após a sessão que resultou na perda do mandato do ex-presidente da Câmara, o advogado de defesa Rodrigo Ciryneu afirmou que seu cliente não irá desistir e para recuperar o cargo pretende brigar na Justiça. Se preciso até no Supremo Tribunal Federal.