ANDRÉA HADDAD
Dois dias após a eleição à Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá, o vereador Onofre Júnior (PSB) demonstra contentamento com a conquista obtida na chapa de João Emanuel (PSD), candidato de oposição ao grupo do prefeito Mauro Mendes (PSB), mas já aproveita para cobrar indicações pelo partido ao primeiro escalão.
“Nunca fui consultado sobre cargos, nem formação de secretariado, inclusive cobrei isso do prefeito que ajudamos a eleger”, cutucou Onofre nesta quinta (3), após encontro entre integrantes da nova Mesa Diretora e o chefe do Executivo, no Palácio Alencastro.
Mesmo sorrindo, o vereador de primeiro mandato também se mostrou temeroso com os desdobramentos que devem ser tomados pelas lideranças partidárias diante do fato de ter concorrido com João Emanuel e não na chapa encabeçada por Adilson Levante, do mesmo partido.
“Se eu for provocado, vou dar as devidas explicações. Partido não é empresa, não me sinto empregado de ninguém, só do povo que me elegeu. Espero que o PSB não cometa essa injustiça, porque eu me senti injustiçado nesse processo, sempre coloquei a minha dificuldade em acompanhar o candidato (Júlio Pinheiro) que o prefeito estava apoiando, não cometi falha. Mas o prefeito vai acabar agradecendo”.
Ele pretende comandar nos próximos dias uma reunião com os demais suplentes e vereadores do partido para discutir o reflexo do posicionamento do parlamentar Faissal Kallil, que também optou pela chapa de João Emanuel.
“Terei uma conversa com membros do diretório porque estou preocupado com o pessoal que me ajudou, com os que se candidataram e não ganharam, a preocupação é com o tratamento que o PSB municipal tem dado a essas pessoas, mas é uma reunião com amigos”.
Onofre admite ter “abandonado” as articulações rumo à Mesa Diretora ao perceber falta de empenho de lideranças ligadas ao prefeito. “Não participei de prévia alguma. Quando vi que não tinha jeito, que o prefeito queria mudar de nome, eu sai. Não conversei com ninguém da base, viajei. Fui pra casa da minha mãe, tive um processo alérgico violento, tive uma infecção por conta do stress”.
Chegou um momento que precisei sair, não tinha mais o que fazer aqui. O prefeito me incentivou o tempo todo, mas ao mesmo tempo o pessoal dele trabalhava para me descontruir.