ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
O presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Júlio Pinheiro (PTB), afirmou que conseguiu parcelar junto a Prefeitura de Cuiabá uma dívida na ordem de R$ 8,1 milhões, deixada pelo ex-presidente João Emanuel (PSD).
De acordo com ele, os débitos envolvem encargos trabalhistas, despesas com fornecedores não quitadas e não pagamento de impostos de renda à Receita Federal. A mensagem foi aprovada pelo plenário na última quinta-feira (04).
Júlio Pinheiro disse que a Câmara está “arrebentada”, mas que terá condições de quitar, até o dia 20 de dezembro, os salários, 13º salários e ainda conceder um aumento de 10% no rendimento dos servidores concursados.
“Essas dívidas desencadearam processos que estão virando criminais. A dívida é bem ampliada, e quero agradecer ao prefeito pelo parcelamento. Conseguimos em um ano de gestão ‘zerar’ o déficit. Peguei a Casa ‘arrebentada’, mas essa herança ruim acabou e a Câmara fecha o ano 100% ‘no azul’”, disse o presidente.
Júlio já anunciou que vai demitir este ano todos os servidores comissionados. Para não inchar a máquina novamente, Pinheiro optou por nomear apenas três secretários durante 2014 para o auxiliar na sua gestão.
Em contrapartida, aumentou o número de coordenadorias para dar agilidade ao trabalho. Os coordenadores, por sua vez, possuem uma remuneração inferior a de secretário. A medida teria economizado mais de R$ 500 mil.
“Nós parcelamos o déficit, mas as coisas continuam difíceis. Devo votar semana que vem um reajuste que quero dar aos servidores, e por isso, temos que ‘apertar o cinto’. Dia 18 encerra-se o ano o legislativo nessa Casa. Vamos continuar o ritmo de austeridade e vamos continuar trabalhando num modelo enxuto, para que tenhamos tranquilidade em 2015”, disse Júlio.
Antecessor de Pinheiro, João Emanuel, à época, classificou o déficit como resultado de um mau planejamento na Câmara, a qual ele comandou durante quase todo o ano legislativo de 2013, quando renunciou por força dos desdobramentos da operação Aprendiz.
Segundo vereador cassado, a Câmara também precisou quitar ao longo do ano a folha de pagamento, serviços terceirizados e o material de consumo.