RENAN MARCEL

Briga entre os dois promete novos capítulos, já que deputado deve manter "postura combativa" (Reprodução)
RENAN MARCEL
Briga entre os dois promete novos capítulos, já que deputado deve manter "postura combativa" (Reprodução)
RENAN MARCEL
O deputado Ademir Brunetto (PT), que vem protagonizando uma série de trocas de ofensas com o secretário estadual Alan Zanatta, da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), acredita ter o apoio da população para manter a postura combativa quando o assunto são os incentivos fiscais concedidos pelo Governo.
Ao RepórterMT ele declarou que vai continuar combatendo os incentivos concedidos às empresas ligadas ao comércio.
“Com certeza eu tenho respaldo da sociedade, pois estou defendendo que o Estado tenha mais recursos para investir na educação, saúde, infraestrutura, o que vai beneficiar a toda a população de Mato Grosso”, argumentou.
Na quarta-feira (29), o petista e o secretário encenaram uma discussão que, por puco, não se tornou um confronto físico. Nos corredores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso os dois fizeram um verdadeiro vexame, que precisou até da intervenção de seguranças da Casa de Leis para evitar o pior.
Sobre o ocorrido, o deputado declarou que, se for preciso, “vai para a briga” para defender sua postura.
“Se ele [Zanatta] continuar insistindo na concessão de benefícios a empresas do comércio, eu vou até para a briga se for preciso!”, afirmou ao acusar o secretário de fazer lobby para empresas.
“Eu não aceito isso. Ele estava fazendo lobby na Assembleia. Ele virou um grande lobista dessas empresas. Isso é uma pilantragem!”, explicou.
A confusão começou quando o deputado encontrou o Zanatta saindo de um gabinete. O petista teria questionado a presença do secretário na Casa de Leis, dizendo que, ali, ele não “tem moral para estar”. A conversa partiu logo para a troca de ofensas, que já vem acontecendo desde a semana passada (Veja A
QUI,
AQUI e
AQUI).
Dessa vez, Brunetto teria xingado o secretário de “pilantra e safado”. Sem baixar a cabeça, o secretário revidou dizendo que quem não tem moral era o deputado. O clima esquentou e os que presenciaram a cena intervieram para evitar mais baixaria.
A tensão entre os dois começou na sessão do dia 22, quando o petista utilizou o Plenário para apresentar uma suposta carta de intenções do Grupo Havan, documento emitido pela empresa para tentar receber incentivos fiscais do Governo do Estado. Na Tribuna, enquanto chacoalhava o documento, o deputado disse que Zanatta mentiu quando prestou esclarecimentos sobre a carta de intenções.
Em resposta, Zanatta se defendeu das acusações e disse que não daria holofotes ao deputado “fracassado e desequilibrado”.
Para o secretário, Brunetto não soube analisar o documento e está equivocado. Zanatta garante a veracidade das informações constantes na carta. “As informações são essas, eu acho que o deputado não está sabendo analisar documentos”, afirmou (Veja
AQUI).
O secretario aproveitou a reportagem para refazer as críticas ao deputado de que o comportamento dele teria coagido as intenções de a Havan se instalar em Alta Floresta, cidade que é o “curral eleitoral” de Brunetto. Zanatta ainda fez uma previsão que deve preocupar o deputado:
“Por causa das críticas do deputado à Havan, a empresa não deve se instalar na cidade de Alta Floresta, que é base eleitoral do deputado. Ele [Brunetto] vai ter uma surpresa nas urnas, a cidade está revoltada com a atuação do deputado”, avisou.
Nessa terça-feira (28) o Grupo Havan anunciou, oficialmente, a desistência de abrir uma loja na cidade de Alta Floresta, atribuindo a culpa às críticas do deputado Ademir Brunetto (Veja
AQUI). Em nota publicada no Facebook, o petista se defendeu argumentando que a Havan nunca teria mostrado interesse em investir na cidade.
Veja trecho da nota:
“Em nenhum momento a Carta de Intenções da loja de departamento, enviada à Assembleia Legislativa pela SICME, menciona Alta Floresta como cidade de implantação da loja. Nela consta um Centro de Distribuição em Cuiabá e lojas em Rondonópolis, Várzea Grande e Sinop. Dizer que estou afugentando investimentos para Alta Floresta não se fundamenta nos documentos existentes.
Além disso, o diretor da Havan, Luciano Hang, está me acusando de disseminação de matérias caluniosas de sua vida pessoal. Isto não sou eu que estou fazendo. Não tenho nada contra o empresário e em nada me interessa sua vida pregressa e os problemas criminais apontados pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde o mesmo é acusado de ser um grande sonegador de tributos federais, como a Receita Federal e o INSS, inclusive com mandato de prisão decretado”.
Para Brunetto, a decisão da Havan é “um factóide” forjado junto com o secretário Zanatta, para tentar desestabilizá-lo politicamente.
O “caso Havan” veio à tona com as discussões sobre a política de concessão de incentivos fiscais em Mato Grosso. Na Assembleia, os deputados não se manifestaram contra os incentivos, mas fizeram inúmeras ressalvas ao projeto de lei, já aprovado (Veja
AQUI), que prorrogou os incentivos por mais 12 anos.
Brunetto, por exemplo, questionou duramente os benefícios concedidos a empresas do comércio, como a Havan, argumentando que elas não produzem nada no estado, apensa revendem e, além disso, geram poucos empregos. O secretário se defendeu, alegando que não há incentivos para empresas do comércio.
“Não existe incentivo para o comércio, o que existe é para o centro de distribuição. No centro de distribuição você não comercializa, você estoca o produto. Não existe nenhum comércio aberto ao varejo que tenha incentivos do Governo”, afirmou Zanatta.
Paulo Jorge 31/05/2013
Esse tal de Brunetto, faria um favor ao Estado de Mato Grosso. se renunciasse ao seu mandato urgente.
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