GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
Dona da Jaqueline Mayer Clinic, Jaqueline Mayer classificou como “absurda e abusiva” a interdição do estabelecimento realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). A medida foi cumprida na última sexta-feira (5), em Cuiabá.
Nas redes sociais, nesta segunda-feira (8), a empresária afirmou que já acionou sua equipe jurídica para contestar a ação.
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“Foi um absurdo, tem outros profissionais atendendo e não havia necessidade de interdição. De fato foi um abuso. Mas o nosso jurídico já está tomando todas as medidas”, disse.
Segundo a Decon, a clínica localizada no bairro Duque de Caxias funcionava sem alvará regularizado e realizava procedimentos invasivos privativos de médicos. Os fiscais também relataram que o espaço não possuía Central de Materiais e Esterilização (CME) e que a higienização era feita apenas com detergente enzimático.
Mayer rebateu as acusações e disse que os alvarás estavam em processo de regularização. Ela também contestou a apreensão de produtos supostamente vencidos, afirmando que todos estavam dentro do prazo de validade, mas que desconhecia a obrigação de descarte em até 30 dias após a abertura.
“Um cosmético tem validade de fábrica. Depois de aberto, pelo que nos disseram, só pode ficar 30 dias em uso. Isso não era do nosso conhecimento e acredito que muitas clínicas também não saibam”, declarou.
A empresária também negou prática de exercício ilegal da medicina. Segundo ela, procedimentos como ultrassom de alta frequência não podem ser associados a atos cirúrgicos.
Em nota divulgada à imprensa, a clínica informou que todas as medidas legais e sanitárias já estão sendo tomadas e que pretende acionar judicialmente quem divulgar informações falsas ou difamatórias.
Operação
A interdição da clínica ocorreu dentro de uma operação realizada pela Decon em conjunto com a Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá, entre os dias 3 e 5 de setembro.
No total, três estabelecimentos foram interditados na capital por apresentarem irregularidades consideradas graves.
Na quarta-feira (3), a fiscalização atingiu a Clínica Le Stetyc Avançada, no bairro Jardim Leblon, onde foram encontrados medicamentos vencidos, produtos importados ilegalmente sem registro da Anvisa e até substâncias proibidas no Brasil.
Já na quinta-feira (4), foi a vez da Soul Care, empresa de atendimento móvel no bairro Quilombo, que funcionava sem responsável técnico, sem alvará e com veículos irregulares. No local, havia medicamentos vencidos, descarte inadequado de perfurocortantes e indícios de consultas médicas clandestinas.
Por fim, na sexta-feira (5), a fiscalização chegou até a Jaqueline Mayer Clinic, interditada pelas mesmas equipes. A proprietária, além de não possuir alvará e CME, respondia por realizar procedimentos restritos a médicos.
Segundo o delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, procedimentos investigativos já foram instaurados para apurar responsabilidades e eventuais crimes contra a saúde pública.
Veja vídeo: