KARINE ARRUDA
DO REPÓRTERMT
Ederson Xavier de Lima, de 43 anos, conhecido como “Boré”, preso no fim do mês passado em uma praia de Niterói, no Rio de Janeiro, é apontado como um dos líderes do esquema de raspadinhas ilegais descoberto pela Polícia Civil, durante uma operação deflagrada nesta terça-feira (14). A informação da associação entre o criminoso e o jogo denominado de “Raspa Brasil” foi confirmada pelo delegado Antenor Pimentel, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
De acordo com o responsável pelas investigações, Boré, que lidera uma facção em Mato Grosso, fazia a ligação entre Cuiabá e Rio de Janeiro. Ele era encarregado de cuidar da movimentação financeira do esquema e o pagamento dos “prêmios” por meio da conta de laranjas.
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“Ele estava mais ligado a remessa de valores financeiros e o pagamento. A raspadinha, como é uma coisa ilegal, não tinha um portal, tudo era feito informalmente por meio do WhatsApp. Entravam em contato [com ele] por WhatsApp no Rio de Janeiro e de lá, ele pagava alguns prêmios com conta de laranjas, notadamente a conta com nome falso dele”, explica o delegado.
A raspadinha ilegal era usada como fachada para lavagem de dinheiro e financiamento das atividades da facção, que buscava novas fontes de arrecadação paralelas ao tráfico e à extorsão. Na prática, os líderes do esquema repassavam 10% do dinheiro ao comerciante, responsável pela venda do jogo, outros 10% eram entregues ao distribuidor, que fazia a interlocução entre o comerciante e a facção, e 80% do montante ficava com os faccionados.
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As investigações policiais, que duraram cerca de seis meses, identificaram uma movimentação de aproximadamente R$ 3 milhões pela facção por meio da raspadinha ilegal. Ao todo, a Polícia Civil cumpriu 111 ordens judiciais em mais de 20 cidades de Mato Grosso.
A operação, denominada Raspadinha do Crime, cumpriu 21 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão, 11 ordens de bloqueios e 25 ordens de quebra de sigilo bancários e telemáticos e sequestro de valores que ultrapassam R$1,1 milhão, expedidos pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop.
Prisão de Boré
Ederson Xavier de Lima, conhecido como Boré, foi preso no dia 28 de setembro pela Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Draco), e a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é líder de uma facção criminosa que atua em Mato Grosso e estava foragido no estado fluminense.
Boré frequentava a praia de Niterói (RJ), quando foi surpreendido por policiais disfarçados. Ele estava com mandado de prisão decretado pela 13ª Vara Criminal de Cuiabá e estava com um documento falso no momento da abordagem. O criminoso possui diversas passagens criminais por tráfico de drogas, receptação, extorsão e organização criminosa.
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