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Cuiabá, 16 de Junho de 2024
16 de Junho de 2024

23 de Maio de 2024, 13h:20 - A | A

POLÍCIA / CASO LUCAS PERES

MP denuncia bombeiros envolvidos na morte aluno durante curso de treinamento na Lagoa Trevisan

Lucas Veloso Peres, de 27 anos, teria tido dificuldades no treinamento aquático e foi impedido de usar o flutuador.

THIAGO STOFEL
DO REPÓRTERMT



O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra o capitão do Corpo de Bombeiros, Daniel Alves de Moura e Silva, e o soldado Kayk Gomes dos Santos, pela morte do aluno Lucas Veloso Peres, de 27 anos, ocorrida em fevereiro deste ano durante treinamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.

Na denúncia que o RepórterMT teve acesso, o MP pede que os militares respondam por homicídio com dolo eventual, quando o agente não quer atingir resultado, contudo assume o risco de produzi-lo.

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"O Ministério Público do Estado do Mato Grosso denuncia os militares Cap BM Daniel Alves de Moura e Silva e Sd BM Kayk Gomes dos Santos como incursos nas penas do artigo 205, § 2ª, incisos III (com emprego de asfixia) e VI (prevalecendo-se os agentes da situação de serviço) do Código Penal Militar", diz trecho de decisão.

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De acordo com a denúncia, Lucas havia percorrido cerca de 100 metros do início da travessia a nado e passou a ter dificuldades na flutuação, ocasião em que parou para se recompor, utilizando um flutuador.

Porém, o capitão Daniel Alves, desconsiderando o estado de exaustão do aluno, determinou que a vítima soltasse do flutuador e continuasse o nado, ocasião em que a vítima tentou por diversas vezes dar prosseguimento à atividade aquática, mas devido ao cansaço encontrou dificuldades e tentou voltar para buscar o flutuador.

Em seguida, o capitão teria insistido e mandado que Lucas soltasse o equipamento de segurança, determinando para o soldado Kayk que retirasse o equipamento do aluno.

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Nesse momento, ao retirar o equipamento de Lucas, ele sofreu vários 'caldos'. Lucas, desesperado com o intenso sofrimento físico e mental, começou a gritar por socorro, pedindo para sair da água.

"Assim, o primeiro denunciado Cap BM Daniel Alves de Moura, que se encontrava em um pranchão, decidiu descer do equipamento, determinando que os outros alunos que o acompanhavam seguissem adiante e deixassem a vítima para trás, sob a sua supervisão".

Após se afogar, foi constatado que Lucas não possuía mais pulsação e que o rapaz havia entrado em parada cardiorrespiratória, tendo morrido no local, aponta a denúncia.

Relembre o caso  

Lucas Veloso Peres morreu durante curso de formação de salvamento aquático, do Corpo de Bombeiros, na Lagoa Trevisan, em Várzea Grande, na manhã desta terça-feira. Ainda não há informações de como ocorreu a morte.

Antes de morrer, Lucas chegou a relatar aos bombeiros instrutores que não estava se sentindo bem, já dentro da lagoa. Em determinado momento, ele afundou nas águas. 

O rapaz foi levantado por um instrutor que o colocou dentro do barco de apoio para que fosse realizado os procedimentos de socorro. Mas, ele não resistiu. 

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