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Cuiabá, 18 de Outubro de 2025
18 de Outubro de 2025

18 de Outubro de 2025, 07h:00 - A | A

POLÍCIA / EXPLOSÃO DE CASOS

Mato Grosso já teve 45 mulheres vítimas de feminicídio em 2025; três só esta semana

Observatório Caliandra, do MPMT, aponta que 2025 está perto de ultrapassar o número de casos de feminicídio dos últimos três anos

VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT



Mato Grosso já soma 45 casos de feminicídio em 2025, número alarmante se comparado com o ano passado, que de janeiro até dezembro registrou 47 casos. Apenas neste mês, cinco mulheres já foram mortas. Os casos foram registrados em Nova Lacerda, Nobres, Sinop, Marcelândia e Peixoto de Azevedo. Três das vítimas morreram esta semana. 

De acordo com dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), o mês de junho concentrou o maior número de feminicídios registrados em 2025, com dez vítimas. Em seguida, maio aparece com sete casos, e julho, com cinco. Nos meses de março e agosto, foram contabilizadas quatro mortes cada. Abril e setembro registraram três vítimas cada um, enquanto janeiro e fevereiro tiveram dois casos.

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Outro dado importante apresentado pelo Observatório Caliandra são as cidades em que os casos foram registrados este ano. Sinop e Cuiabá figuram o topo da lista, com quatro casos de feminicídio cada.

Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, registrou três casos. Na sequência aparece Sorriso, Rondonópolis, Nobres, Lucas do Rio Verde e Cáceres com dois casos cada.

Os demais feminicídios aconteceram em Vera, Tangará da Serra, São José dos Quatro Marcos, São José do Rio Claro, Ribeirãozinho, Poxoréu, Pontes e Lacerda, Peixoto de Azevedo, Novo Santo Antônio, Nova Xavantina, Nova Mutum, Nova Lacerda, Nova Guarita, Marcelândia, Juscimeira, Jangada, Jaciara, Itiquira, Guarantã do Norte, Confresa, Bom Jesus do Araguaia, Apiacás, Alto Boa Vista e Água Boa.

Na maioria desses casos as mulheres foram mortas por arma cortante, sendo 20 vítimas. Outras 16 foram assassinadas a tiros. Cinco delas foram mortas por asfixia. Outras três foram atingidas por instrumentos contundentes e uma delas foi queimada.

A motivação da maioria dos crimes está relacionada a ciúmes, inconformismo com a separação e menosprezo e discriminação à mulher.

Outros dados

Este ano já está próximo de ultrapassar o número de casos de feminicídio dos últimos três anos. Com 45 casos até pouco mais da metade do mês de outubro, 2025 chega perto dos casos registrados em 2024, que somou 47 feminicídios; em 2023, que somou 46 casos; e em 2022, com 47 casos.

Faltando pouco mais de dois meses para o fim de 2025, este ano já ultrapassou os números de feminicídio de 2021, que é quando foram registrados 43 casos; e de 2019, que registrou 39 casos.

O ano de 2020 segue figurando o topo do ranking de casos dos últimos seis anos, com 62 feminicídios.

Ações de combate

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) criou uma Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Mulher em setembro deste ano, com o objetivo de discutir medidas voltadas à proteção, valorização e defesa dos direitos das mulheres em Mato Grosso, com foco na criação de políticas públicas que reduzam as altas taxas de feminicídio.

O presidente da Comissão é o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que em julho do ano passado teve a filha Raquel Cattani assassinada pelo ex-marido.

Em reunião realizada na quinta-feira (16), a Comissão contou com a presença de representantes das forças de segurança. Na ocasião, o coronel da Polícia Militar de Mato Grosso e secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Segurança (SES), Fernando Augustinho, afirmou que o enfrentamento à violência contra a mulher exige coragem e ação integrada. Além disso, ele ressaltou que as causas do feminicídio extrapolam a atuação das forças de segurança, exigindo uma articulação com outras áreas do poder público.

Ele chamou atenção para a necessidade de conscientização de toda a sociedade ao lembrar que “muitas vezes o agressor não se reconhece como agressor e a vítima também não se reconhece como vítima”, o que reforça a importância de um pacto coletivo no enfrentamento à violência de gênero.

A tenente-coronel da coordenadoria da Maria da Penha, Ludimila Eickhoff, também esteve presente na reunião e afirmou que a coordenadoria está presente em 41 núcleos, atendendo a 912 municípios mato-grossenses, de um total de 142.

“É a força do Estado que está mais próxima nesse segundo atendimento à mulher. A Patrulha Maria da Penha atende e fiscaliza as medidas protetivas. As mulheres quando em situação de emergência ligam no 190 e a viatura ordinária que vai fazer o atendimento. Hoje, estamos trabalhando na capacitação desses policiais para que façam o atendimento humanizado. Em seguida, a mulher vai para a delegacia e em seguida para o judiciário onde ela requer as medidas protetivas”, disse Eickhoff.

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