RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O juiz Vagner Dupim Dias negou recurso e manteve na prisão Jazonias Araújo dos Santos, que está preso por ter degolado dois enteados e matado um deles em Juína (744 km de Cuiabá). A decisão foi proferida um ano após o crime, cometido, conforme o processo, por vingança da ex-mulher.
Por não aceitar o término do relacionamento com a mãe das vítimas, Jazonias invadiu a casa da família no bairro Módulo 5 e atacou os enteados enquanto eles dormiam, na madrugada do dia (16) de outubro de 2017. Jazonias matou com golpes de facão um enteado de 17 anos e esfaqueou o irmão dele, de 15 anos, que era deficiente físico.
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A defesa do padrasto alega que não há provas que comprovem que o crime tenha sido cometido por ele e alega ainda que o preso sofre de problemas mentais, solicitando exames que comprovem tal doença.
Em sua decisão, o juiz descreve que Jazonias ameaçava constantemente a ex-mulher, afirmando que mataria os filhos dela como forma de vingança, por ela ter supostamente traído ele.
Em outro áudio, logo após o crime, o padrasto enviou áudios por WhatsApp para a ex-mulher, nos quais relatou ter assassinado os filhos dela.
“Você gostou de ver seus dois filhos mortos? Gostou? Eu amei matar”, afirma o agressor.
O #repórtermt teve acesso a alguns dos áudios, ouça:
Ainda conforme o processo, a mãe das vítimas relatou que Jazonias havia até dito para o enteado vender uma moto que tinha e usar o dinheiro para comparar ternos e caixões, pois mataria os dois.
“Em análise dos autos, noto que a testemunha [...], genitora das vítimas, relatou em juízo, grosso modo, que o acusado não aceitava a separação, e dizia que caso o largasse mataria a família toda. Relatou, ainda, que ele já havia ameaçado seu filho Cristian com faca, bem como disse para seu filho Dalilo que era pra ele vender a moto e comprar dois ternos e dois caixões, pois ele mataria os dois”, consta no processo.
Por fim, o magistrado decidiu não conceder o exame mental ao detendo e, também, manteve a prisão preventiva dele.
Ficou destacado também que Jazonias deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri, com data ainda a ser marcada.
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