KARINE ARRUDA
DO REPORTÉR MT
Isabelly Maffini, filha do ex-jogador de vôlei Everton Fagundes Pereira da Conceição, de 45 anos, usou as redes sociais nesse fim de semana para homenagear o pai, assassinado a tiros na última quinta-feira (10), dentro de uma caminhonete Amarok, na Avenida República do Líbano, em Cuiabá. Na publicação, Isabelly pede por justiça e diz estar consumida pelo ódio, sem acreditar na maldade que fizeram com o pai dela.
“Meu melhor amigo, meu pai. O que vai ser de mim sem você agora? Quem vai falar pra mim ‘bora ali tomar uma’? Demorei anos da minha vida para entender tudo, mas ainda não aprendi a não ter mais você por perto. Porra pai, essa dor tá rasgando o meu peito, o ódio tá me consumindo por inteiro, só querendo justiça pela maldade que fizeram com você”, escreveu na publicação.
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A jovem contou, em uma publicação anterior, que está apenas sobrevivendo e tentando disfarçar a dor para que não seja percebida pelo filho, neto do jogador.
“Você combateu um bom combate pai e eu perdi o ânimo, o sentido. Só sobrevivendo e disfarçando essa dor para não respingar no seu netinho porque é assim que eu quero que ele e todos se lembrem de você, sempre alegre e sorrindo”, comentou.
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Everton, que já jogou pela seleção brasileira de vôlei, foi morto com três tiros na região da cabeça pelo empresário Idirley Alves Pacheco, preso na manhã desta segunda-feira (14), depois de se entregar na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em depoimento ao delegado Caio Albuquerque, responsável pelo caso, o assassino negou que tenha matado o atleta por ciúmes da ex-mulher e citou que o crime ocorreu porque estava sendo extorquido pela vítima.
“É uma versão dele de que a motivação seria extorsão. Não quer dizer que a polícia vai acreditar nessa versão. Por óbvio, ele tem até o direito de permanecer em silêncio e dar a versão que melhor lhe aprouver”, esclareceu o delegado durante coletiva à imprensa cedida após a prisão do criminoso.
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Durante a oitiva realizada na DHPP, Idirley não só negou que o crime ocorreu por motivação passional como também contou que a arma usada para matar Everton era da própria vítima.
A prisão dele foi mantida na audiência de custódia.
Assassinato
Conforme apurado pela Polícia Civil, Idirley teria armado uma emboscada e pedido ajuda de Everton para levar a Amarok à um local não informado. No caminho, o assassino pediu que a vítima parasse o carro para que ele pudesse, supostamente, entregar uma roupas da filha para a ex-esposa, que acompanhava os dois em uma segunda caminhonete.
Após entregar as vestimentas, Idirley voltou para a Amarok. Em seguida, ele sacou a arma e apontou para a cabeça de Everton, sendo obrigado a dirigir sob a mira do revólver.
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Próximo ao bairro Bom Clima, o assassino atirou contra a vítima, saltou do carro em movimento e fugiu. Segundo a polícia, eles eram amigos.
Sem controle, a Amarok bateu em uma caminhonete Ford F350, o que chamou a atenção de uma guarnição da Polícia Militar que passava pelo local. Os policiais desceram para verificar a situação e se depararam com Everton morto ao volante.
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Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e constatou a morte da vítima. Enquanto a PM atendia a ocorrência, a ex-mulher de Idirley teria ido à delegacia denunciar que Everton foi sequestrado pelo ex-marido dela.
Foi ela quem contou que acompanhava a Amarok e que Idirley teria descido para entregá-la as roupas da filha que eles têm em comum. No entanto, após voltar para a caminhonete, eles saíram em alta velocidade. Depois disso, ela não conseguiu mais acompanhar os dois. Por esse motivo teria ido à delegacia informar a situação.
Veja a publicação feita pela filha da vítima: