MAYARA MICHELS 10h44
DA REDAÇÃO
O delegado João Bosco, magoado com os rumos da segurança em MT, afirmou, em entevista ao RepórterMT que está cansado da "lei da mordaça", existente no governo de Silval Barbosa e de outros que já passaram pelo Paiaguás.
A ira do delegado tem alvo. O diretor geral da Polícia Civil, Paulo Vilela. O "chefe" tirou o delegado da coordenadoria da Delegacia do Verdão e o deixou apenas para investigar ocorrências do Distrito de Nossa Senhora da Guia e de Acorizal. A "punição" veio logo após o delegado fazer críticas ao sistema, durante entrevista na TVCA.
"Puniram-me porque falei dos problemas que estão ocorrendo. E eu não vou ficar quieto, estou cansado de trabalhar nessa precariedade. Os policiais arriscam a vida para ganhar R$ 1 mil. Estou pedindo a minha aposentadoria, é o melhor que eu faço", desabafou o delegado.
Bosco estava na diretoria da delegacia há um mês. "Fui transferido porque reclamei que está difícil de trabalhar. E foi uma ordem de um diretor piranha [Paulo Vilella], que foi nomeado como diretor sem nunca ter sentado em uma cadeira de delegado. Baseado em que ele é diretor de polícia"?
Bosco, disse que tem mais de 30 anos de polícia e está magoado com a atitude do governo, em muda-lo novamente de gerencia, até porque tem um mês que chegou em Cuiabá, transferido de Chapada. O delegado trabalhou cerca de seis anos como delegado regional no município e estava como titular da Delegacia de Roubos e Furtos do Bairro Verdão.
O delegado estava investigando o assalto ao carro-forte da Prosegur, que deixou 4 pessoas mortas e uma ferida, na última quarta-feira (31). Ele teria sido transferido devido reclamar em entrevista a vários veículos de comunicação, que a greve dos investigadores estava inviabilizando os trabalhos e pedia uma solução para o impasse.
"Transferência na polícia é normal, pela "larga experiência" que tem, a diretoria pode me manusear para onde quiser, onde achar que necessitam do meu trabalho. Mas no meu caso, tenho certeza que foi pela lei da mordaça, tenho 30 anos da polícia, o melhor lugar para mim era em Cuiabá, ajudar a Capital, agora me transferiram para um lugar que tem uma ou duas ocorrências por semana", disse Bosco.
O delegado foi transferido para a Delegacia de Polícia do Distrito de Nossa Senhora da Guia e Acorizal. Apesar de magoado, o delegado diz que pode ser boa a mudança. "Tem mais de 7 anos que não tiro férias, estou cansado de dedicar a minha vida à Polícia e não ser retribuído, além do mais, viver com uma amordaça na boca. Vou pedir a minha aposentadoria e me dedicar a minha família", desabafou Bosco.
O RepórterMt tentou contato com o diretor Paulo Vilela, mas ele não foi localizado.