DA EDITORIA
A defesa da estudante de Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Larissa Karolina Silva Moreira, acusada de adotar gatos para matar, alegou à Justiça que rompeu a tornozeleira eletrônica por conta de um surto psicótico e pediu que o processo passe a tramitar em segredo de justiça.
Na última semana, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu à Justiça a reinstalação da tornozeleira eletrônica de Larissa. De acordo com relatório da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Larissa cometeu múltiplas violações no monitoramento eletrônico, incluindo uma violação de rompimento do equipamento.
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De acordo com o documento protocolado nessa segunda-feira (6), em Cuiabá, Larissa teria passado por uma crise de saúde mental “drasticamente agravada” pela exposição constante de seu caso na mídia.
Segundo a defesa, Larissa faz uso de medicação controlada e realiza tratamento psicológico contínuo. A advogada afirma que, durante um episódio de surto, no dia 17 de setembro, a cliente “agiu sem discernimento”, rompendo o equipamento de monitoramento eletrônico.
“O rompimento da tornozeleira não foi um ato de rebeldia, mas uma trágica consequência de uma doença mental severamente agravada pela exposição pública”, diz um trecho da petição.
Como alternativa, a defesa pede que, em vez de prisão, Larissa seja encaminhada a tratamento psiquiátrico ambulatorial ou internação provisória, caso os médicos considerem necessário.
A Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido de segredo de justiça nem sobre a manutenção das medidas cautelares.
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Relembre o caso
Larissa foi presa no dia 13 de junho deste ano, junto ao namorado, em investigação da Delegacia de Meio Ambiente (Dema). O casal foi acusado de adotar animais em situação de vulnerabilidade para depois submetê-los a maus-tratos que resultaram na morte dos bichos.
Na época, três gatos foram encontrados mortos em uma área de mata próxima à casa dela. Laudo da Politec apontou “indícios compatíveis de maus-tratos”, com ferimentos graves na cabeça, sinais de trauma na região perianal e material plástico amarrado ao pescoço de um dos animais. Imagens de câmeras de segurança também registraram Larissa saindo de casa com uma sacola que, segundo a investigação, continha um dos corpos.
O namorado chegou a ser liberado por falta de provas, mas Larissa permaneceu presa até 25 de julho, quando a Justiça concedeu liberdade provisória com medidas cautelares, como o uso da tornozeleira, proibição de deixar a cidade e obrigação de informar suas atividades regularmente.