VANESSA MORENO
KARINE ARRUDA DO REPÓRTERMT
Foi identificado como Eduardo Cristian Martins Correa do Nascimento o contador apontado como mentor do esquema criminoso que criou 310 empresas em nome de “laranjas” para registrar sites falsos de e-commerce, usados para lavar dinheiro e aplicar golpes em consumidores. Os mandados de prisão e apreensão foram cumpridos em Cuiabá e Sorriso, Mato Grosso, na manhã de hoje (11), durante a Operação Domínio Fantasma, da Polícia Civil, conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI).
De acordo com as investigações, o esquema movimentou valores milionários e proporcionou a Eduardo Martins uma vida de luxo, exibida nas redes sociais com viagens internacionais e carrões. Parentes do contador também são apontados pela polícia como parte do grupo criminoso.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
O delegado Guilherme Fachinelli, titular da DRCI, informou à imprensa que ainda não foi possível calcular o prejuízo total causado pelas fraudes.
Eduardo é especializado em dropshipping, modelo de comércio eletrônico em que o vendedor não mantém estoque próprio, atuando apenas como intermediário entre o fornecedor e o consumidor final. Ele também possui experiência em iGaming, segmento de jogos de azar pela internet.
Em seu perfil no Instagram, o contador se apresenta como fundador das empresas EMX Recebimentos Real x USDT (criptomoeda) e EMX Contabilidade para Empresários Digitais, prometendo abrir CNPJ em até 48 horas e reduzir impostos em até 15%.
Segundo a Polícia Civil, os “laranjas” recrutados por Eduardo Martins eram jovens de baixa renda e moradores de outros estados. As empresas foram criadas entre 2020 e 2024 e usadas para registrar e-commerces falsos em diversos segmentos, como brinquedos, roupas e cosméticos.
Os sites eram impulsionados por anúncios pagos nas redes sociais, atraindo vítimas de todo o país. Os consumidores realizavam compras e efetuavam o pagamento via Pix ou cartão de crédito, mas nunca recebiam os produtos.
Em um dos casos, Eduardo chegou a clonar o site de uma marca famosa de cosméticos para enganar clientes.
O contador está preso na sede da DRCI, à disposição da Justiça, e deve passar por audiência de custódia ainda nesta segunda-feira (11).
Além da prisão, a Polícia Civil também cumpre mandados de sequestro de imóveis, veículos de luxo e R$ 5 milhões em bens, além de duas medidas cautelares, sete quebras de dados telemáticos, dois mandados de suspensão de perfis em redes sociais, três de suspensão de sites e três de suspensão de atividades econômicas.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 e são cumpridas nas cidades de Cuiabá e Sorriso.
LEIA MAIS: Polícia Civil apreende R$ 5 milhões e carros de luxo em esquema de fraudes












