APARECIDO CARMO
JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O empresário Carlinhos Bezerra, que matou a tiros a advogada Thays Machado e o namorado dela, Willian Moreno, no dia 18 de janeiro, na Capital, monitorava com rastreadores e escutas cada passo que a vítima dava. Mais de 70 capturas de tela com a localização da advogada foram encontrados no celular do empresário.
É o que revelou o inquérito policial concluído na última sexta-feira (27) e apresentado à imprensa na manhã desta segunda-feira (30), na sede da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá.
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Segundo o delegado Marcel Oliveira, no final de 2022, quando eles já haviam rompido relações, Thays foi com colegas de trabalho a um pub de Cuiabá. O empresário a seguiu até o local e, quando ela ia embora do estabelecimento, jogou o carro que dirigia contra ela, na tentativa de atropelá-la.
Como revelaram as investigações, Carlinhos Bezerra possuía um caderno onde anotava quando os rastreadores haviam sido instalados no carro da vítima e quanto tempo durariam as baterias. Esses rastreadores permitiam que o empresário acompanhasse pelo celular os deslocamentos da ex.
O assassino perseguia Thays, inclusive conseguindo ter acesso às pessoas com quem ela falava no telefone, para quem ele ligava para tomar satisfações . Também estabelecia uma classificação por cores dos alvos considerados de menor ou maior risco para a relação que ele supunha manter com a vítima.
Esse esquema sofisticado de perseguição teria sido implantado a partir de setembro de 2021, de acordo com a Polícia Civil.
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Pelo que foi levantado pelos investigadores, Carlinhos agia sozinho e tinha conhecimento da rotina da vítima, fazia ligações para ela o tempo todo confirmar o que dizia com a localização apresentada pelos rastreadores.
Amigos de Thays contaram casos de violência por parte de Carlinhos Bezerra no cotidiano da vítima, de tal modo que ele estava proibido de entrar no Fórum de Várzea Grande desde agosto de 2022, após ameaçar um funcionário que recebeu felicitações pelo seu aniversário por parte da vítima. Um boletim de ocorrência chegou a ser registrado pelo servidor.
Na casa do investigado, conforme o delegado Marcel Oliveira, havia um livro com instruções de como usar uma arma semiautomática, exatamente como a que foi utilizada no crime.
Thays Machado e Willian Moreno estavam se conhecendo há menos de um mês. Os dois foram mortos a tiros na porta do prédio onde mora a mãe de Thays, no bairro Consil, em Cuiabá.