MÁRCIA MATOS
DAFFINY DELGADO
Alvos da Polícia Federal, o secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues e o secretário interino de gestão, Alexandre Beloto serão afastados dos cargos, conforme ordem da Justiça, que também impõe medidas cautelares de suspensão de contratos administrativos e de pagamento “indenizatórios”.
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Secretário de Saúde é alvo da Polícia Federal
Célio e Beloto são alvos da Operação Curare, desencadeada nesta sexta-feira (30), quando os agentes cumpriram mandados nas casas de ambos e na sede da Secretaria Municipal de Saúde. Beloto era diretor da Empresa Cuiabana de Saúde, à época dos fatos investigados.
A operação Curare ocorre com apoio do DENASUS (Ministério da Saúde) e visa desarticular uma organização criminosa investigada pelo envolvimento em fraudes a contratações emergenciais e recebimento de recursos públicos a título “indenizatório”, em ambos os casos sem licitação.
De acordo com a Polícia Federal, a atuação do grupo se concentra na prestação de serviços especializados em saúde no âmbito do Município de Cuiabá/MT, especialmente em relação ao gerenciamento de leitos de unidade de terapia intensiva exclusivos para o tratamento de pacientes acometidos pela covid-19.
Entretanto, as contratações emergenciais e os pagamentos “indenizatórios” abarcam serviços variados como a realização de plantões médicos, disponibilização de profissionais de saúde, sobreaviso de especialidades médicas, comodato de equipamentos de diagnóstico por imagem, transporte de pacientes etc..
As empresas investigadas fornecem orçamentos de suporte em simulacros de procedimentos de compra emergencial, como se fossem concorrentes. Contudo, a investigação demonstrou a existência de subcontratações entre as pessoas jurídicas, que, em alguns casos, não passam de sociedades empresariais de fachada.
Simultaneamente ao agravamento da pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2, o núcleo empresarial passou a ocupar, cada vez mais, postos chaves nos serviços públicos prestados pela Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, assumindo a condição de um dos principais fornecedores da Prefeitura de Cuiabá/MT, com pagamentos ao grupo que superam 100 milhões de reais entre os anos de 2019 a 2021.
O modus operandi da cooptação dos serviços de saúde compreende a precarização das contratações públicas, em violação à obrigatoriedade do dever de licitar, com a utilização reiterada do expediente de contratações diretas emergenciais. A aposta na informalidade favoreceu a inovação de formas de pactuação atípicas, tal como os mencionados pagamentos “indenizatórios” e a manutenção de serviços por meses após a vigência dos contratos emergenciais.
São cumpridos 21 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá/MT, Curitiba/PR e Balneário Camboriú/SC, além de medidas cautelares de suspensão de contratos administrativos e de pagamento “indenizatórios”, bem como de suspensão do exercício de função pública.
ana 30/07/2021
Se fosse só Cuiabá... estaria mais fácil. Tem que procurar nos municípios do interior que ofertaram leitos de UTI, os tais, Hospitais de Campanha. Um dos municípios do Agronegócio está na mesma situação... basta procurar.
1 comentários