RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) afirmou em seu relatório enviado ao desembargador Guiomar Teodoro – do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que autorizou a Operação Rota Final da Polícia Civil, na manhã de quarta-feira (25), que o filho do deputado estadual Pedro Satélite (PSD) recebeu dinheiro da empresa Verde Transportes, o que os investigadores desconfiam que possa ser pagamento de propina.
Segundo a informação, que consta na decisão do magistrado, sem citar nomes, o MPE esclarece que interceptações telefônicas apontam indícios de vantagem indevida ao filho do parlamentar pagas por meio do empresário Éder Augusto Pinheiro, dono da Verde Transportes e o diretor administrativo e financeiro da empresa, Max Willian de Barros Lima.
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“Outra via considera que não podem ser ignorados como indícios de que a adesão dos agentes lotados na Ager, Sinfra e Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso aos interesses do grupo, se deu mediante pagamento de vantagem indevida. No ponto, relata as conversas interceptadas entre Eder e Max Willian que apontam depósito em conta corrente de filho de deputado [Pedro Satélite]”, destaca trecho do documento.
Satélite e o filho são citados na investigação que apura supostas fraudes no sistema de transporte intermunicipal do Estado que causou prejuízo de R$ 6 milhões aos cofres do Governo, deflagrada Delegacia Fazendária (Defaz).
Por meio de nota, no fim da tarde de quarta-feira, após saber que tinha sido citado pelo MPE, o deputado Pedro Satélite disse que recebeu a notícia “com estranheza” e por meio da imprensa.
Para o parlamentar, as supostas citações ao seu nome no processo tinham ocorrido por ele ter participado da Comissão Especial de Transporte juntamente com Dal Bosco. Satélite, que à época foram apontados diversas irregularidades no processo licitário.
“Durante os trabalhos da Comissão, ouvimos a Ager, várias entidades, empresários do setor, Ministério Público, entre outros. No relatório final ficou evidenciado que o modelo escolhido para MT na gestão do Governo anterior, não traria vantagens aos usuários, devido às falhas apontadas em sua elaboração. Entre elas, a exclusão de 8 municípios do sistema de transporte de passageiros, bem como, uma superestimada demanda de 8 milhões de usuários por ano, sendo que a demanda atual é de 3,5 milhões”, explicou o parlamentar.
No entanto, na decisão do desembargador, o MPE aponta o filho dele como recebedor de um pagamento suspeito.
Prisões
Na operação da Defaz, que teve como alvos as empresas Viação Xavante e Verde Transportes foi cumprido mandado de prisão temporária, contra Júlio César Sales, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário e Passageiros de Mato Grosso (Sintromat). Além disso, foram levados para prestar depoimento na sede da Defaz, o empresário Éder Augusto Pinheiro, dono da empresa Verde Transportes e o diretor administrativo e financeiro da empresa, Max Willian de Barros Lima.