CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell desmembrou parte das investigações das interceptações telefônicas clandestinas, no âmbito da Polícia Militar, e determinou que a 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá seja responsável pela condução da apuração do esquema contra os cinco militares acusados.
Com a decisão, voltam a ser investigados em primeira instância o ex-comandante-geral da PM, Zaqueu Barbosa, o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco, o ex-adjunto da Casa Militar, Ronelson Barros, o coronel Januário Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira.
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Campbell atendeu ao pedido do Ministério Público Federal, no dia 23 de novembro, para que o juiz Marcos Faleiros, responsável pela 11ª Vara Criminal, apure a conduta e possíveis crimes militares cometidos pelos acusados.
“Em 23/11/17, deferi o pedido do Ministério Público Federal de desmembramento do procedimento investigatório e determinei a imediata devolução dos autos da ação penal nº 87031/2017 ao Juízo da Décima Primeira Vara Criminal Especializada da Justiça Militar da Capital - Cuiabá/MT, bem como de todos os apensos e incidentes a ela vinculados que foram listados pelo Ministério Público Federal”, escreveu o ministro.
Os militares são acusados de envolvimento no esquema de “grampos”, denunciado pelo promotor Mauro Zaque, em que tiveram os telefones interceptados, advogados, políticos, empresários, jornalistas, agentes públicos e magistrados, entre os anos de 2014 e 2015.
Todos chegaram a ser presos, porém, permanecem detidos apenas o coronel Zaqueu e o cabo Gerson, desde 23 de maio. Em setembro, Lesco voltou a ser preso, por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, mas obteve a liberdade quando as investigações foram remetidas ao STJ.
Zaqueu e Gerson continuam presos por terem sido apontados como o mentor e o executor, respectivamente, da Central de Inteligência da PM, responsável pelas interceptações clandestinas.
Ao todo, seis inquéritos decorrentes das investigações dos “grampos” foram remetidos ao STJ, em outubro.