RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
A Justiça determinou a reintegração de posse de uma fazenda que pertencia ao ex-secretário da Casa Civil Pedro Jamil Nadaf. O imóvel, avaliado em quase R$ 6 milhões, foi entregue por Nadaf em seu acordo de delação premiada, firmado com o Ministério Público Federal (MPF), como forma de devolver parte do dinheiro desviado em vários esquemas de corrupção durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.
O pedido de reintegração foi feito pela defesa de Nadaf, que alega ter comprado o imóvel enquanto ainda atuava como secretário, porém, teve a área invadida após sair na imprensa que ele teria firmado acordo com o MPF.
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Os 'invasores' são os próprios vendedores da fazenda. Os acusados, segundo a ação, quebraram cadeados da propriedade mo dia 28 de agosto de 2018 e a trancaram, mesmo após o ex-secretário já ter registrado as terras em seu nome.
"Aduz ainda que logo após a quitação do combinado, os requeridos materializaram a outorga da procuração com fins de venda, cessão, transferência inclusive a si próprio, para o Sr. Marcos [ amigo de nadaf ], de modo que após a outorga, este iniciou o processo de escrituração do imóvel".
Ainda segundo Nadaf, animais da propriedade foram soltos ao pasto da propriedade, sem autorização.
“Relata que os requeridos ao tomarem conhecimento do acordo de colaboração do autor, passaram a aproveitar da situação, ameaçando reaverem o imóvel rural. E que dessa maneira, como não conseguiram pela via judicial reaverem o imóvel, tomaram medidas mais drástica, e não medindo esforços para ingressar ilegalmente no imóvel, sendo que na data de 28.08.2018, invadiram a área, quebrando cadeados e soltando semoventes nos pastos”, relatou o magistrado.
A decisão de reintegração é do juiz Alexandre Paulichi Chiovitti, da Vara Única de Poconé (104 km de Cuiabá), e foi proferida no dia 11 de outubro.
Delação
Tanto Nadaf e o ex-governador Silval Barbosa firmaram acordo com a Justiça para delatar crimes de corrupção que ocorriam em Mato Grosso.
Um dos principais casos é o chamado ‘mensalinho’, onde deputados estaduais recebiam dinheiro em espécie, na faixa de R$ 45 a R$ 50 mil por mês para garantir a ‘governabilidade’ do Estado por meio e aprovação de projetos de interesses do Executivo.
