RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
As investigações da Delegacia Fazendária (Defaz) que originaram a Operação Rota Final, na manhã da última quarta-feira (25), mostram que as empresas Viação Xavante e Verde Transportes pagavam propina a outras empresas em troca da desistência das mesmas nos processos licitatórios do Estado.
A informação chegou aos policiais civis e aos promotores do Ministério Público Estadual (MPE) após uma série de interceptações nos telefones do empresário Éder Augusto Pinheiro, dono da Verde Transportes e o diretor administrativo e financeiro da empresa, Max Willian de Barros Lima. As afirmações constam no documento que o desembargador Guiomar Teodoro, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que autorizou a operação.
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“Assevera, de outro turno, que as investigações revelaram indícios de que a organização criminosa afastou empresas que participaram da licitação mediante pagamento de vantagem”, aponta o documento.
Em outro trecho, o MPE declara que a Jundiá Transportadora, que faz parte do grupo Orion Turismo Ltda., seria uma das empresas que recebeu dinheiro ilícito para dar a vaga aos empresários investigados.
“Explica que as empresas Jundiá Transportadora Turística Ltda. e a empresa de ônibus Rosa Ltda. desistiram da outorga e assinatura do contrato de concessão e no período da convocação, ‘houve movimentação financeira atípica’ em uma das empresas que compõe o grupo (Orion Turismo Ltda) e, em paralelo, o recebimento pela empresa Jundiá de valor significativo. Ressalta que a empresa Orion Turismo Ltda. tem como representante Max Willian”, explica o órgão ministerial.

Max Willian de Barros Lima, diretor da Verde Transporte também foi preso na operação.
Outro fato que chama atenção está relacionado à desistência da empresa Xavante de uma licitação.
“Realça, dentro desse contexto, que a empresa Viação Xavante também renunciou ao contrato de concessão, e que as conversas interceptadas induzem que o seu presidente, José Eduardo Pena, tenha se associado ao grupo investigado, que busca afastar o atual STCRIP/MT”, continua o texto.
Tudo teria ocorrido com conhecimento da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado, servidores da Agência Estadual de Serviços Públicos (Ager), além e deputados estaduais, suspostamente beneficiados com o esquema.
“Aduz que as interceptações telefônicas autorizadas ilustram diálogos que demonstram não só o vínculo dos agentes públicos e administradores de empresas ligadas ao transporte rodoviário de passageiros do estado, mas confirmam a pessoa de Eder Augusto Pinheiro como o líder do grupo exercendo interferência direta na Ager, Sinfra e Setromat, também revelou, complementa a participação de Max Willian, que embora seja funcionário da Verde Transportes Ltda., a sua participação no esquema investigado não decorre de subordinação laboral”, pontua o relatório.
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