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13 de Novembro de 2019, 10h:51 - A | A

PODERES / CÂMERA NA FARDA

Ex-comandante da PM consegue dados sigilosos para investigar coronel acusado de ‘armar’ contra desembargador

A autorização para ter acesso a documentos e mídias referentes a Operação Esdras foi dada pelo juiz Jorge Tadeu, da 7ª Vara Criminal.

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



O ex-comandante da Polícia Militar, coronel Jorge Luiz de Magalhães, recebeu da 7ª Vara Criminal documentos e mídias relacionados à Operação Esdras – que prendeu três ex-secretários da gestão Pedro Taques (PSDB), em 2017, no caso da “Grampolândia Pantaneira”.

A solicitação dos documentos foi feita sob o argumento de juntar provas para um Inquérito Policial Militar que investiga o ex-corregedor geral da PM afastado, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva. Ele está afastado da instituição desde a descoberta do crime. 

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O pedido de arquivos da Operação Esdras foi solicitado em junho deste ano e concedido pelo Juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7ª Vara Criminal, em julho. No entanto, só veio a público agora após a Justiça retirar o sigilo do processo.

O coronel Carlos Eduardo Pinheiro foi acusado de arquitetar o plano de colocar uma ‘câmera espiã’ na farda de um policial que atuava com o desembargador Orlando Perri, que investigava o esquema de escutas clandestinas na época.

O dono do uniforme espião, tenente-coronel José Henrique Costa Soares, teria dito que a finalidade do grupo, comandado pelo ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques e o ex-secretário de Segurança Pública Rogers Jarbas, era de captar áudios de Perri para que, de alguma forma, pudessem colocá-lo em suspeição e/ou causasse descrédito nas investigações que apura o suposto esquema de escutas ilegais.

O coronel Carlos Eduardo Pinheiro não foi denunciado, mas a ordem de troca de uniforme (passeio, para operações) no Tribunal de Justiça, teria partido dele. Conforme a denúncia, o uniforme de operações seria o ideal para que a ‘câmera espiã fosse instalada’.

Veja o vídeo

 

Suspeita do ex-comandante

RepórterMT

Jorge Luiz ex-comandante-geral

Coronel Jorge Luiz foi afastado do comando da PM e solicitou dados dos grampos.

O coronel Jorge Luiz também foi afastado do comando geral da PM após as denúncias da Grampolândia Pantaneira se tornarem públicas. Na época, o então governador Pedro Taques (PSDB) e o secretário de segurança Rogers Jarbas citaram ‘questões técnicas’ para o afastamento.

O fato de ele solicitar informações referentes a Grampolândia Pantaneira, que em tese foi a motivação de seu afastamento, levanta suspeita. Isso porque atua como chefe do gabinete de segurança institucional do Ministério Público (MPE), tendo assumido a função em março deste ano.

O pedido de arquivos da Operação Esdras foi solicitado em junho deste ano e concedido pelo Juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7ª Vara Criminal, em julho deste ano – já com o coronel atuando no MP.

Fontes ouvidas pelo , e o próprio coronel, afirmam que a solicitação dos dados estão dentro da normalidade legal, coisa que qualquer oficial em atividade pode fazer.

Cabe ressaltar que Jorge Luiz foi comandante da PM na gestão de Taques. O ex-governador é acusado de ter sido o primeiro favorecido com a montagem do escritório de escutas clandestinas, interceptando adversários políticos e obtendo vantagem nas eleições de 2014. Já Rogers Jarbas, então secretário de Segurança e reponsável pelo afastamento do coronel, foi um dos 7 alvos de prisão da Operação Esdras.

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