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19 de Fevereiro de 2018, 17h:00 - A | A

PODERES / ESQUEMA NO DETRAN

Empresa teria pago R$ 1,5 milhão a Silval e Savi para ganhar licitação

A informação consta na delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o Dóia, ao MPE. Ele contou ter sido escolhido para ocupar o cargo por indicação do deputado Mauro Savi.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



No pedido para a deflagração da Operação Bereré, nesta segunda-feira (19), o Ministério Público do Estado (MPE) apontou que o ex-governador Silval Barbosa e o deputado estadual Mauro Savi (PSB) teriam recebido R$ 750 mil, cada um, para a efetivação do contrato do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) com a antiga FDL Serviço de Registro, Cadastro, Informatização de Documentos LTDA, atualmente, EIG Mercados LTDA.

A informação consta na delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o Dóia, ao MPE. Ele contou ter sido escolhido para ocupar o cargo por indicação de Savi.

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Segundo Dóia, entre os meses de julho e agosto de 2009, em uma reunião no gabinete de Savi, ficou acertada a criação de uma empresa para prestar serviços de registro de financiamentos de contratos de veículos. Os sócios seriam Marcelo da Costa e Silva e Roque Anildo Reinheimer, além de outro envolvido, Merison Marcos Amaro, que seria o representante da FDL.

RepórterMT

Gaeco na Assembleia (1).JPG

Gaeco cumpriu mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa.

Após uma nova rodada de negociações, Marcelo da Costa e Silva teria se comprometido “a repassar o valor recebido pela FDL em razão do cumprimento do futuro contrato administrativo a ser formulado com o Detran equivalente a um mês de pagamento às campanhas eleitorais do deputado Mauro Savi e do então governador Silval da Cunha Barbosa”.

Promessa que, após a efetivação do contrato entre a FDL e o Detran, teria sido cumprida pelo repasse, em espécie, do valor de R$ 750 mil para cada um”, escreveram os promotores Antônio Sérgio Cordeiro Piedade, Carlos Roberto Zarour César, Samuel Frungilo e Márcio Moreno Vera.

Ainda de acordo com Dóia, em sua delação, a licitação para a contratação dos serviços ao Detran, realizada em 2009, foi direcionada para que a FDL vencesse o certame. Ele disse que determinou que a comissão de licitação do Detran elaborasse o edital nos mesmos moldes de um certame vencido pela empresa no Estado do Piauí.

Com a finalidade de direcionar a licitação para a empresa FDL, o investigado Marcelo da Costa e Silva lhe solicitou a inclusão de cláusula no edital atinente a exigência de que o vencedor do certame teria que realizar vistorias prévias em todas as Ciretrans de Mato Grosso, solicitação aceita e implementada”, apontou o MPE.

Operação Bereré

A operação é resultado da delação do ex-presidente do Detran.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça na Assembleia Legislativa e nas casas dos deputados Eduardo Botelho e Mauro Savi, além do ex-deputado federal Pedro Henry, de servidores públicos, empresas e particulares.

As investigações tiveram início na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Defaz), sendo que as medidas cautelares foram requeridas pelo Naco Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília (DF), pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar, por meio do Bope.

A operação tem por objetivo desmantelar uma organização criminosa, que atuava junto ao Detran urdida para desvios de recursos públicos.

Os policiais investigam supostos desvios cometidos no Detran.

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