AMIR MALUF
O mercado imobiliário de Mato Grosso, especialmente em Cuiabá, vive um momento surpreendentemente positivo, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador. A alta da taxa Selic chegou ao patamar de 15% ao ano, encarecendo o crédito, porém, na prática, o setor da construção civil mostra vigor e resiliência.
Para elencar um dos exemplos emblemáticos desse bom momento é o AYA Comfort Home, empreendimento vertical localizado no tradicional bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Em poucas semanas de pré-venda, ainda na planta, o residencial já atingiu 60% de unidades comercializadas – um desempenho expressivo que escapa à média do setor e revela que vai além de uma estratégia de mercado acertada, revelando a força de uma demanda reprimida por habitação de qualidade, mas, é apenas dos fatores, destacarei outros aqui também importantes.
Em Cuiabá, há uma carência real de empreendimentos residenciais bem planejados, voltados para um público de médio e alto padrão. A capital mato-grossense, mesmo em um ciclo de juros altos, continua apresentando crescimento populacional, urbanização acelerada e mudanças no perfil do consumidor, que agora valoriza mais infraestrutura, localização, segurança, lazer completo e sustentabilidade.
Além disso, o sucesso do empreendimento mostra o amadurecimento do comportamento do comprador de imóveis. O imóvel não é mais visto apenas como moradia, mas também como investimento seguro, proteção patrimonial e até como reserva de valor frente à instabilidade econômica. A possibilidade de parcelamentos a longo prazo – muitas vezes em 20 ou 30 anos – também favorece o fechamento de negócios, diluindo o impacto dos juros altos no orçamento familiar.
Nesse sentido destaco estratégias para diferentes perfis de investidores. Por exemplo, investir em imóveis ainda em construção é uma estratégia eficaz para diferentes perfis financeiros. Para investidores com maior capital, como aqueles que possuem recursos significativos aplicados no mercado financeiro, adquirir imóveis na planta pode ser uma excelente maneira de diversificação. Pagando uma pequena entrada inicial, o investidor mantém a maior parte do seu capital rendendo a Selic, utilizando os juros elevados para cobrir as parcelas mensais durante a fase de obras.
Já investidores que estão começando no mundo dos investimentos, com capital inicial mais limitado, também se beneficiam dessa abordagem. Nesse caso, o compromisso mensal das parcelas atua como uma poupança forçada, garantindo crescimento patrimonial contínuo e disciplinado.
Em ambos os cenários, ao fim do período de construção, os investidores terão quitado cerca de 30% do valor total do imóvel, mas se beneficiarão integralmente da valorização do imóvel. Além disso, terão a mesma opção estratégica ao fim da construção; realizar um financiamento imobiliário, geralmente em condições favoráveis e usufruir da rentabilidade da locação do imóvel para amortizar parte significativa das parcelas do financiamento.
Não por menos, os dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), revelam que as vendas e lançamentos de imóveis cresceram 15% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. Para o mercado local fica claro, Cuiabá está preparada para viver um novo ciclo de desenvolvimento urbano e habitacional mesmo com o cenário econômico apresentando suas volatilidades.
Amir Maluf, diretor de Marketing da São Benedito