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Cuiabá, 12 de Fevereiro de 2025
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17 de Maio de 2018, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ONOFRE RIBEIRO

Quo Vadis?

As poucas pesquisas qualitativas mostram um cidadão completamente controvertido



A expressão em latim tem antecedentes bíblicos. Significa: “para onde vais?” ou  “para onde caminhas?”. Mas ficou mais conhecida pelo filme de 1951, baseado no livro do escritor polonês Henryk Sienkiewicz, um romance histórico publicado em 1894. 

Na realidade o romance falava dos caminhos de Jesus Cristo e da sua inserção política e  de sua fé em Roma, no coração do poderoso Império Romano que dominava o mundo então. Seria uma globalização do Cristianismo.

Tem a ver com os caminhos e com os descaminhos do Brasil nas eleições de 2018. Há um Brasil envelhecido. Comido e deteriorado pelo tempo. Não cabe mais no mundo moderno. Suas bases foram construídas em cima do uso da nação pelos poderes políticos, econômicos e culturais existentes.

Não existe um país para os seus cidadãos. Em termos de relações de poder entre o Estado e os seus cidadãos evoluímos pouco em relação aos tempos coloniais. Mudaram apenas os dirigentes, mas continuou uma direção desumana e cruel.

O país ainda vive paranoias antigas e recentes. Antigas memórias do regime militar que durou 21 anos entre 1964 e 1985. Deixou memórias e cicatrizes em conflito. O período posterior, do PSDB com a memória do Plano Real e da estabilização fiscal do país. Depois o período do PT com todas as suas contradições e a derrocada.

Não temos uma consolidação da História que nos permita olhar pra trás e aproveitar vivências de êxito. Erros e acertos dividem o mesmo espaço em nossas mentes e não sabemos quem somos. Esta é a essência.

Vamos à eleição em 2018 nesse ambiente de não sabermos quem somos e nem o que queremos. As poucas pesquisas qualitativas mostram um cidadão completamente controvertido. Odeia a corrupção numa resposta e na outra acha que o ex-presidente Lula, já julgado e condenado, é um santo. Como entender esse meio termo com essas contradições?

O mundo caminhou 2 mil anos depois de Jesus Cristo. Mas no Brasil ainda nos questionamos “quo vadis?”.  Os países ocidentais na sua maioria já responderam. Na América Latina, do México pra baixo, ainda se pergunta a mesma velha angústia de não se reconhecer e de não se conhecer como povo e como nações.

Penso que ainda não será nas eleições de 2018 que descobriremos pra onde vamos. Em 2022 a próxima eleição ainda nos trará a mesma pergunta: “Quo Vadis?”;

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso

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