WILSON CARLOS FUÁH
Ao começar um novo dia, a vida segue independente das nossas vontades. O importante é estar atento a tudo que está ao nosso redor, sabendo decifrar aquilo que os olhos do egoísmo insistem em esconder.
Com o passar dos anos, acumulamos sensibilidades e aprendizados — tanto pela dor quanto pelo amor — até compreendermos que a beleza se basta em si mesma. A realidade se completa quando consideramos o feio no exato instante em que percebemos o bonito. Assim, a vida segue impondo aparências, até que a fina camada da nossa visão ultrapasse os limites daqueles que apenas enxergam o que desejam ver.
Além das aparências impostas pela vida, existe uma mistura de sentimentos e desejos, e é dessa fusão que nasce a verdadeira visão. Somente aqueles que buscam ver além do óbvio conseguem enxergar com os olhos da alma.
É através da visão periférica e da sensibilidade dos sentimentos verdadeiros que aprendemos a tocar o que aparentemente não tem corpo e distinguir o que não tem cor. Em toda a nossa vida, parte é real e parte é ilusão. Na vontade sugestiva, por vezes, saímos por aí tentando segurar o que não existe — porque, muitas vezes, só enxergamos aquilo que desejamos ver.
Por isso, não devemos nos iludir com elogios repetitivos vindos de bocas que apenas querem benefícios imediatos. Tampouco devemos nos deixar abater pelas críticas direcionadas às nossas vontades. Às vezes, o sonho do nosso vizinho está nos nossos pensamentos, e os nossos competidores enxergam os próprios desejos através dos nossos projetos.
Fomos moldados da mesma argila, como todos os homens. Por isso, nossas inspirações se cruzam, nossos alvos se repetem — e muitas vezes nos tornamos escravos das decisões coletivas. Por isso, o pensar individual é fundamental.
Nossa sede será sempre insaciável na busca por satisfação pessoal. Devemos compreender que nossas evoluções dependem das nossas atitudes. Buscar sabedoria e sucesso é uma jornada sem fim. Somos aprendizes das experiências que a vida nos oferece.
Não seja um reprodutor de equívocos. Os novos projetos renovam o desejo de viver e trazem novos objetivos ao nosso mundo existencial. É nessa vontade de vencer que encontramos a cura espontânea para as depressões momentâneas.
A vida não termina ao final do dia. O mundo não acaba nas sextas-feiras. A cada amanhecer, somos sacudidos a seguir em frente. Enquanto estivermos vivos, é porque ainda há muitas obras a serem iniciadas e construídas.
Econ. Wilson Carlos Soares Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.