RODOLFO BORGES
Novembro chega como um lembrete silencioso, mas urgente: cuidar da própria saúde é um ato de coragem. A campanha que hoje conhecemos como Novembro Azul começou há mais de vinte anos, na Austrália, com uma iniciativa simples que acabou mudando comportamentos no mundo inteiro. Um grupo de amigos criou o “Movember”, a junção das palavras moustache (bigode) e November (novembro), e passou a incentivar homens a deixarem o bigode crescer durante o mês como forma de chamar atenção para a saúde masculina. O gesto, que parecia apenas uma brincadeira, se transformou em um símbolo de cuidado e de empatia.
Com o passar dos anos, o movimento ganhou novos significados. Deixou de ser apenas sobre o câncer de próstata e passou a representar algo maior: o cuidado integral com o corpo e a mente. Hoje, o Novembro Azul fala sobre prevenção, sobre quebrar o silêncio, sobre aprender a se ouvir e buscar ajuda quando algo não vai bem. É um convite para olhar para dentro e entender que cuidar de si não é fraqueza, é responsabilidade.
Ainda é comum ver homens que evitam consultas médicas. Às vezes por medo, às vezes por descuido, ou por acreditar que “não é nada”. A medicina, no entanto, mostra o quanto isso pode ser perigoso. Um estudo publicado no British Medical Journal revelou que os homens procuram menos o atendimento preventivo do que as mulheres, e essa diferença, que parece pequena, pode custar anos de vida.
O câncer de próstata continua sendo o segundo mais comum entre os homens, perdendo apenas para o de pele não melanoma. Segundo o INCA e a Organização Mundial da Saúde, um em cada oito homens receberá esse diagnóstico ao longo da vida. O dado mais importante, porém, é outro: quando descoberto cedo, as chances de cura superam 90%.
A próstata é uma pequena glândula, localizada logo abaixo da bexiga. Com o tempo, ela pode sofrer alterações benignas ou malignas, e o grande desafio é que o câncer costuma evoluir de forma silenciosa. Por isso, exames regulares são fundamentais. O PSA, feito com uma simples coleta de sangue, e o toque retal continuam sendo os principais aliados na detecção precoce. Pesquisas europeias apontam que o acompanhamento regular pode reduzir em até 21% o risco de morte pela doença.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia é que todos os homens a partir dos 50 anos façam a avaliação anual. Para quem tem histórico familiar, o ideal é começar aos 45. Mas o Novembro Azul vai além desses números. Ele também fala sobre saúde emocional, alimentação equilibrada, prática de exercícios, controle da pressão e do colesterol, sono de qualidade e, sobretudo, sobre aprender a escutar o próprio corpo.
Cuidar de si é um gesto de amor e coragem. A medicina evoluiu, os tratamentos estão cada vez mais precisos e humanos, e a prevenção ainda é o caminho mais seguro. O Novembro Azul não é sobre o medo da doença, mas sobre consciência e escolhas. É sobre entender que ser homem não é suportar dor em silêncio, é ter coragem para viver com saúde e estar presente por mais tempo para quem se ama.
Rodolfo Borges é referência em cirurgia robótica e tratamento urológicos de alta complexidade em Mato Grosso – CRM – 10015 / RQE – 5395 - RQE: 7493
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