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Cuiabá, 15 de Março de 2025
15 de Março de 2025

21 de Setembro de 2013, 08h:33 - A | A

OPINIÃO / HISTÓRIA

Guerra do Paraguai

WILSON SANTOS



Interessante, instigante e pioneira a tese do professor Alfredo da Mota Menezes, lançada recentemente em seu livro, intitulado "A guerra é nossa", pela, editora Contexto (SP).

O escritor mato-grossense coloca fogo num assunto que parecia pacífico e consolidado: a causa da Guerra do Paraguai.

E demonstra, através de farta documentação da época, que não foi o interesse inglês em dominar a economia paraguaia, a causa motivadora do maior conflito bélico das Américas.

Mota Menezes afirma, de forma vigorosa, que a motivação para a guerra foram "fatores locais" e somente isso!

Para elaborar sua tese, o escritor se debruçou, durante mais de 2 anos, numa montanha de correspondências oficiais, jornais da época, anais, atas de sessões parlamentares, despachos diplomáticos das embaixadas inglesa, argentina, uruguaia e brasileira.

Dentre os ‘fatores locais‘ elencados pelo professor Menezes estão:

1) o Paraguai temia o sonho argentino de reconstruir o Vice-Reinado do Prata;

2) o Paraguai alegava, veementemente, que havia um desequilíbrio de poder na Bacia do Prata;

3) o Paraguai previa um enfrentamento breve com a Argentina;

4) o Uruguai, governado pelos "blancos", radicalizava contra o Brasil e a Argentina e incentivava Solano Lopez a liderar uma aliança (Paraguai-Uruguai e 2 províncias argentinas: Corrientes e Entre-Rios) para o enfrentamento com Argentina;

5) as violentas perseguições aos brasileiros (grande maioria de gaúchos) no Uruguai levaram o nosso país a invadir o vizinho, atraindo o ódio do Paraguai, que passa a nos considerar inimigos.

A "Questão Cristhie" foi responsável pelo rompimento das relações diplomáticas Brasil-Inglaterra (1862 a 1865), a guerra iniciou em novembro de 1864 e reforça a ideia de Mota Menezes da pouca influência inglesa na origem do conflito.

Outro fator importantíssimo elencado pelo autor do livro foi o péssimo trabalho da diplomacia brasileira na região do Prata, em especial, no Paraguai, criticado várias vezes no plenário do Congresso Nacional pelos nossos parlamentares.

Na análise rigorosa dos documentos da embaixada inglesa, não encontrou informação alguma que demonstre que Londres instigou ou manipulou os países da Tríplice Aliança para destruir o Paraguai.

As razões para a eclosão da Guerra do Paraguai têm sido explicadas no decorrer do tempo de maneiras distintas: de 1870 (fim da guerra) até os anos 1950, os historiadores destacam o heroísmo nacional e qualificam o presidente paraguaio de megalomaníaco, que, por motivos fúteis, ataca o Brasil.

A partir de 1960, o capitalismo e o expansionismo inglês são considerados os culpados pela guerra. E, agora, o professor Alfredo Menezes acaba de apresentar um novo olhar sobre a origem da guerra, que durou mais

de cinco anos e que, literalmente, fulminou o Paraguai.

WILSON SANTOS é professor de História e ex-prefeito de Cuiabá por dois mandatos.

[email protected]

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adler conzen 22/09/2013

Quando o sujeito quer, de alguma forma, voltar aos holofotes, é bem assim...blá blá blá. Será que ele, acredita mesmo, que o povo esqueceu a sua péssima e horrível gestão da cidade? Vamos ver, a que cargo ele vai ter coragem de se candidatar...

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1 comentários