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Cuiabá, 25 de Outubro de 2024
25 de Outubro de 2024

18 de Dezembro de 2017, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / VICENTE VUOLO

Educação Política (35)

E, por que, não: futura sede do Mercosul.



Todos os países latino-americanos têm em comum a conquista europeia.

Por isso, não podemos enxergar de forma setorial o Brasil. Muito menos ter uma visão isolada do mundo. Investir na população latino-americana deve ser prioridade.                  

A integração regional da América Latina precisa ser cada vez mais fortalecida. Um maior crescimento econômico do nosso país passa por mais aproximação com os parceiros da região.

Afinal, existe um sentimento integracionista na defesa da justiça, no combate à corrupção e no respeito à democracia.                    

Apesar dos esforços de acordos comerciais e reduções tarifárias, a participação das exportações intrarregionais no total das exportações manteve-se em cerca de 20%.                  

O Banco Mundial quer contribuir para esses esforços com pesquisa e conhecimento.

O novo relatório “Melhores vizinhos: Rumo a uma renovação da integração econômica na América Latina” busca oferecer alternativas além da simples redução de tarifas para uma aproximação mais ampla e profunda entre os países da região. Observa-se uma clara preocupação do BM com os entraves burocráticos.

Estamos tão perto geograficamente, mas tão longe comercialmente, apesar de temos belos aeroportos. Isto porque os exportadores latino-americanos continuam a enfrentar custos comerciais duas vezes maiores do que os da Ásia e do Pacífico.

Um dos obstáculos é o elevado preço de transporte associados ao déficit de infraestrutura na região.                

É preciso criar igualdade de oportunidades abordando questões como o combate às drogas, eficiência energética, questões indígenas, desenvolvimento sustentável além, é claro, na busca implacável na qualidade da educação pública, essencial para gerar as habilidades que o mercado de trabalho do futuro exigirá nosso capital humano.              

Há vários passos que precisam ser dados de forma contínua, sem interrupções. Sabemos, há algum tempo, que é necessário desenvolver a economia e a institucionalidade brasileira na faixa de fronteira.

Milhares de quilômetros, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, são cobertos por municípios pobres, sem instituições fortes, sem infraestrutura adequada.

O investimento nesses municípios e em suas economias locais fortalecerá também o lado de lá da fronteira, aumentará a segurança em ambos os lados e produzirá um movimento positivo de fortalecimento da presença do Brasil junto aos nossos vizinhos.                

Muitas pessoas criticaram a atuação do BNDES em programas de construção e fortalecimento de infraestrutura nos países vizinhos por possíveis irregularidades. Pois bem! Que se punam os responsáveis.

Mas é preciso levar em consideração, também, que os financiamentos desse banco - que é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo - gera empregos e renda no Brasil, pois é acompanhado sempre de apoio às empresas brasileiras de infraestrutura.

Além disso, é muito importante a linha de financiamento do BNDES para a internacionalização de empresas brasileiras, inclusive as de serviços e consultorias.                

A cultura é outra linha de aproximação entre os povos e que também fomenta movimentações econômicas que podem ser significativas se soubermos fazer as coisas direito.

Em Mato Grosso do Sul, destaco o Festival América do Sul, realizado na aprazível cidade de Corumbá, cuja 14ª edição está programada para se realizar entre 6 e 16 de maio de 2018.

Em Mato Grosso, temos vários eventos que podem criar laços importantes com nossos vizinhos, além de serem pontos de atração turística importante, como o Festival de Inverno, que se realiza todos os anos na Chapada dos Guimarães.                

E Cuiabá, como centro geodésico da América do Sul – demarcado pelo Marechal Rondon em 1914 – é o local estratégico para ser o grande formulador de um planejamento intrarregional.

E, por que, não: futura sede do Mercosul.

VICENTE VUOLO é economista, cientista político e analista legislativo do Senado Federal.

vicente.vuolo10 @gmail.com        

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