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Cuiabá, 25 de Janeiro de 2025
25 de Janeiro de 2025

24 de Outubro de 2015, 08h:42 - A | A

OPINIÃO / VITOR TURRI

“Educação ou morte!”

A última azia causada por um dos parlamentos mais caros do mundo se deu na quarta-feira.

VITOR TURRI



Há tempos o Congresso Nacional vem se transformando numa espécie de picadeiro da sociedade, onde ao invés de proporcionar efetividade na vida dos brasileiros, nos fornece palhaçadas um pouco quanto indigestas.

E a última azia causada por um dos parlamentos mais caros do mundo se deu na última quarta-feira com a aprovação da PEC 395/2014, de autoria do deputado Alex Canziani (PTB/PR), que altera a redação do inciso IV do artigo 206 da Constituição Federal, referente à gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

A modificação em evidência exclui do princípio constitucional da gratuidade as atividades de extensão caracterizadas como cursos de treinamento e aperfeiçoamento, bem como os cursos de especialização ofertados por entidades públicas de ensino com a grotesca justificativa de que as mesmas geralmente se dirigem a públicos restritos, sendo estes quase sempre profissionais e empregados de grandes empresas.

Hoje, uma pós-graduação lato sensu na USP, por exemplo, detém uma mensalidade de aproximadamente R$ 950. Quantia que, convenhamos, está longe de ser acessível para um recém-formado que ganha algo em torno de R$ 2.000,00 por mês. Qual a lógica?

Dos 452 deputados que participaram da votação, 318 manifestaram-se favoráveis à proposta. Ou seja, 70% de nossos representantes concordam com o retrocesso imposto de que devemos pagar por especializações ofertadas por universidades públicas. A título de curiosidade, os ÚNICOS partidos que se posicionaram integralmente contra foram REDE, PSOL e PCdoB.

Em tempos onde a educação tem cada vez mais deixado de ser um princípio para se tornar um negócio, tal comportamento vai corroendo lentamente a consistência que até então fora impressa nas campanhas eleitorais, onde assistimos inúmeros candidatos “rasgando o verbo” em alusão a causa que supostamente representaria o futuro da juventude.

E mais uma vez a Pátria Educadora nos dá indícios de que não está nenhum pouco afim de educar.

Vitor Turri é estudante de Administração na Universidade Federal de Mato Grosso.

 

 

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