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Cuiabá, 15 de Março de 2025
15 de Março de 2025

28 de Setembro de 2014, 08h:39 - A | A

OPINIÃO /

Domingo pitoresco e sexual

A lista inclui denominações como neutro, transgênero e poliamoroso.

MARGARETH BOTELHO



A exatos 7 dias para as eleições, enquanto no Brasil candidatos se atracam e vão quase aos tapas em busca de votos, alguns fatos me chamaram atenção na semana que se foi.

E olha que não têm nada a ver com política, políticos e suas propostas mirabolantes para mudar tudo que está errado país afora. 

Um deles conseguiu até roubar segundos da concentração do comentarista econômico, Carlos Sardenberg, quando no ar em um telejornal da Rede Globo, no meio a índices nada animadores sobre a economia das nações da zona do euro, falava do desalento da França e Itália, que atravessam crise sem precedentes. 

Sem conter risos, o jornalista lembrou que o governo italiano incluiu no PIB números da chamada economia ilícita como o faturamento com o tráfico de drogas e a prostituição.

Hã? Espantado? Que nada! Quando a gente pensa que já viu de tudo nesta vida, vem um caso assim digno de ser inserido no Guinness Book, no capítulo ‘Para onde caminha a humanidade’. 

Com a ajuda da máfia e da mais antiga profissão do mundo, a Itália tenta superar a crise e turbinar as finanças neste 2014 recheado de problemas. 


Longe de se preocupar com a polêmica decisão e as repercussões que possam surgir, italianos nem tiveram dificuldades para enquadrar as atividades. 

Tráfico foi lançado como comércio e, prostituição, prestação de serviços. Sardenberg encerrou o comentário com aquela cara, balançando as mãos e a cabeça.

E se no velho continente vale tudo para impactar a economia com regras definidas inclusive pela tradicional União Europeia (UE), na Índia um senhor de 90 anos é a bola da vez em sexo. 

A consagração veio com a publicação de uma irreverente e divertida coluna sobre o assunto. Mahinder Watsa tornou-se cult no país que, embora tenha dado ao mundo um dos mais ousados manuais de sexo, o Kama Sutra, ainda considera o tema um tabu. 

O colunista, bastante à vontade, responde perguntas sem apelo científico ou preciosismos morais. 

É curto e grosso, como na explicação a uma indagação que, segundo ele, insiste em perseguir alguns homens:

- Pergunta: Tenho um pênis pequeno e não consigo satisfazer minha namorada. Meu astrólogo me aconselhou a puxá-lo todo dia por 15 minutos, enquanto faço uma oração. Venho fazendo isso há um mês e não tem ajudado. O que devo fazer?

- Resposta: Se isto fosse correto, a maioria dos homens teria o pênis no joelho. Deus não ajuda homens ingênuos, bobos. Vá a um especialista em sexualidade que lhe ensine a arte de fazer amor.

Ou ainda:

- Pergunta: É seguro dormir com o pênis dentro da vagina?

- Resposta: Normalmente, quando o pênis retorna ao estado flácido, desliza para fora da vagina. Mesmo se não o fizer, fique tranquilo, que a vagina não vai comê-lo de café da manhã.

Watsa recebe em torno de 60 cartas e e-mails por dia e dá retorno a tudo. Acha que já respondeu a mais de 35 mil perguntas. Tinha 40 anos quando formou-se em medicina e foi convidado a escrever na coluna ‘Querido Doutor‘. 

Na época, recusou alegando falta de experiência. Consagrado como uma espécie de ‘sex expert‘, ele atrai muitos leitores, agrada na mesma proporção em que é repudiado para uma população e uma mídia que há bem pouco tempo nem usavam palavras como pênis e vagina.

Outra pérola que caiu em minhas mãos e que pode ajudar a empurrar este longo domingo, que antecede às eleições, vem da Argentina. 

Los hermanos usuários da rede social Facebook passaram a ter 54 opções para identificar o gênero no perfil, além dos secularmente conhecidos homem e mulher. Alternativas são tão abrangentes que milhares de internautas ainda não foram capazes de se enquadrar. 

A lista inclui denominações como neutro, transgênero e poliamoroso. 

Mais uma vez, argentinos saem na frente dos vizinhos sul-americanos em direitos LGBTs. Em 2012, eles aprovaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

Hoje, estima-se que 10 mil casais igualitários estejam unidos pelo amor e pela lei dos homens. 

MARGARETH BOTELHO é jornalista em Cuiabá.
[email protected]

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