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Cuiabá, 12 de Outubro de 2024
12 de Outubro de 2024

25 de Maio de 2014, 08h:00 - A | A

OPINIÃO /

\"Dinheiro extra\"

A cada dia, novas denúncias de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes surgem pelo país afora

TÂNIA NARA MELO



Os casos de pedofilia que têm sido divulgados cada vez com mais freqüência pela mídia e as constantes denúncias pelo país afora da exploração sexual de menores, onde muitas vezes garotas, com idade entre 12 e 16 anos, negociam programas sexuais à beira da estrada, traz à tona um velho problema que ainda parece de difícil solução: a prostituição infantil.

A questão, que ganha espaço, à medida que crescem os problemas sociais do país, registra números nada alentadores.

A cada dia, novas denúncias de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes surgem pelo país afora.

A prostituição infantil atinge cerca de 20% das cidades brasileiras. Há registros de que cerca de 500 mil meninas e meninos estão sendo prostituídos no Brasil. Isso preocupa e assusta. 

Porém, o que assusta mesmo é que a idade das crianças aliciadas está reduzindo cada vez mais. Antes, elas começavam a vender o corpo aos 12, 13 anos. Hoje, não é difícil encontrar crianças com nove ou oito anos nesse tipo de comércio, às vezes até menos. 

"A prostituição infantil atinge cerca de 20% das cidades brasileiras. Há registros de que cerca de 500 mil meninas e meninos estão sendo prostituídos no Brasil. Isso preocupa e 


E no corpinho franzino de algumas delas uma total falta de compreensão do verdadeiro peso do que fazem. Sem a mínima maturidade sexual ou emocional, elas não têm capacidade para avaliar e muito menos optar se realmente querem se prostituir. 

A maioria, dependente das drogas e daqueles que vivem da exploração de menores, acaba sem outra alternativa de sobrevivência. 

A raiz do problema, ninguém desconhece, é a miséria. A miséria em todos os sentidos. 

Afinal, o que mais poderia levar uma criança a se prostituir ou ser prostituída senão a busca pelo dinheiro. Primeiro para matar a fome e depois por tudo aquilo que ele pode proporcionar. 

Encontrar uma solução para o problema não é tarefa das mais fáceis, mas com certeza passa pelo combate a miséria, pois nos grandes centros grande parte das crianças que vivem da prostituição pertence a uma segunda geração de pessoas que já viviam na rua. 

São filhos de filhos da rua, o que demonstra que o problema, é bem anterior e mais profundo do que podemos imaginar. 

E não é diferente pelo interior do país. Cansadas de viver na miséria, algumas destas crianças e adolescentes que vendem seus corpos, acreditam que a prostituição, a despeito de todos os seus riscos, pode ser a única forma de mudar suas vidas. 

E muitas vezes, a própria família fecha os olhos para suas atividades, para poder, sem culpa, usufruir também do “dinheirinho extra”. 

TÂNIA NARA MELO é editora de Opinião do jornal Diário de Cuiabá.
[email protected]

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