EDUARDO PÓVOAS
Começo falando sobre o “Bola de Ouro” desta copa. Sem dúvida nenhuma, o torcedor brasileiro foi o ganhador da maior premiação desta festa do esporte mundial.
Deu show, mostrou a verdadeira cara do povo brasileiro, ordeiro (falo da esmagadora maioria), trabalhador, honesto, criativo, educado e possuidor de um talento incrível na arte de recepcionar.
Cuiabá, a cidade que moro foi para alguns que pouco conhecia este povo, motivo de espanto e elogio internacional durante a festa.
Para mim, que nasci e cresci nestas bandas, conhecendo profundamente os hábitos e a educação deste povo, nenhuma surpresa me fez a revelação por meio da imprensa nacional e internacional, dos elogios recebidos pelos cuiabanos.
Tinha eu a certeza de que, durante a Copa, a arte de receber muitíssimo bem quem por aqui aporta, seria mostrada, como foi, ao mundo inteiro. Parabéns!
Agora, com o final dela e o vexame da nossa seleção, os abutres da mídia nacional que aplaudiam uma seleção capenga, que passava por seus adversários com enormes dificuldades mostram suas garras.
Ridicularizam o Felipão, esculhambam alguns jogadores, e detonam a tática empregada pelo técnico.
À noite, nos programas esportivos, poucos ou quase nenhum, teve a coragem de expor seus pontos de vista com relação a nossa seleção. A grande maioria concordava com o esquema tático, com as substituições e com os treinamentos. Eram verdadeiras “vacas de presépio”!
Pensam em trazer um técnico do exterior para treinar a nossa seleção. Imaginem se isto tem cabimento! O país do futebol (sempre será) importando técnicos!
Não faltam só mudanças radicais no comando o futebol brasileiro, falta também uma “degola” na grande imprensa esportiva deste país.
Tem gente que se passar em frente a um cemitério, deita, pois a sepultura está a sua espera. E daí, o dono da rádio, da TV ou do jornal, adora a baboseira que falam ou escrevem.
Novos repórteres novos narradores e novos comentaristas existem aos montes saindo das nossas universidades.
Agora, a Justiça. Esta foi feita parcialmente.
Comecemos pelo campeão. Justíssimo o primeiro lugar. O vice em minha opinião deveria ser a Holanda com um futebol mais técnico e alegre que a Argentina.
O terceiro lugar poderia ser para a Argentina, pela garra e pela vontade de ganhar. O quarto lugar jamais deveria ser nosso e sim do México, Chile ou Costa Rica.
O escolhido como melhor jogador da copa também não foi unanimidade. Na minha ótica, o goleiro da Alemanha foi o melhor da Copa, o Boateng zagueiro da Alemanha não deu nenhum passe errado e ainda foi um “muro” na defesa da Campeã durante toda a copa, o Mascherano da Argentina foi sublime no meio campo e o Robben da Holanda para mim, o melhor jogador do mundial.
O Messi jogou com o nome, só com o nome.
Essa é a minha opinião baseada no que vi e analisei. Gostaria eu que o campeão fosse o Brasil, o vice fosse o Brasil, o terceiro lugar fosse do Brasil e o quarto também.
Infelizmente, a realidade foi outra.
Fez o povo brasileiro uma copa que vai para os anais do esporte mundial.
Claro que houve pequenos problemas com alguns turistas, porem, sem medo de errar, noventa e nove por cento de quem esteve neste sagrado solo, um dia voltará para resgatar um pedacinho do seu coração que por aqui ficou.