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Cuiabá, 12 de Fevereiro de 2025
12 de Fevereiro de 2025

11 de Março de 2018, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ONOFRE RIBEIRO

Cadê as mulheres na eleição?

Trago o assunto porque as articulações para as eleições já começaram e nada de aparecerem interessadas



Lei nº 9.504/1997, que rege as nossas eleições, estabeleceu que cada partido ou coligação deve reservar pelo menos 30% de suas vagas para as candidaturas de mulheres. 

Como a redação original do art. 10, § 3º, falava em “reserva” de vagas Os partidos descumpriam o dispositivo, sob o argumento de que reservavam as vagas, mas não apareciam mulheres para ocupá-las. Depois de muita luta dos movimentos feministas, o texto foi alterado em 2009, quando finalmente se utilizou o imperativo:

“Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)”.

Trago o assunto porque as articulações pras eleições deste ano já começaram. E nada de aparecerem mulheres interessadas em disputar. A única até agora que aparece nas especulações é a ex-reitora da UFMT, professora Maria Lúcia Neder. Neste final de semana falou-se até no seu interesse em disputar o governo do estado. Ou, quem sabe, uma das duas vagas ao Senado.

Não se escutam mais nomes de mulheres interessadas.

Já tivemos algumas mulheres determinadas na política. Serys Slhessarenko com uma linda história. Chegou ao Senado por um mandato. Thelma de Oliveira e Teté Bezerra, deputada federal. 

Luciane Bezerra, Thaís Barbosa, Zilda Pereira Leite, Verinha Araújo, Malba Varjão, Ana Carla Muniz, Chica Nunes, Vilma Moreira, Janaína Riva, deputadas estaduais.

Neste momento, só a deputada Janaína Riva exerce mandato de deputada estadual. Onde estão os 30%?

Entre as muitas razões para a ausência feminina está o domínio masculino sobre os partidos e a construção de candidaturas masculinas. Muito ruim isso, porque está na contramão do comportamento da sociedade. As mulheres avançam velozmente em todos os setores, mas ignoram a política. Como mudar o país que está em frangalhos apenas com a percepção masculina que é uma das causas dessa destruição nacional?  

De outro lado, as mulheres precisam sair do ativismo ideológico de gênero e encarar as ideologias políticas. Não é possível conceber que em Mato Grosso não haja mulheres em condições de disputar aqueles 30% de vagas nas candidaturas. Temos, por exemplo, prefeitas comandando três importantes cidades: Várzea Grande , Sinop e Juara. São várias. Mas são muito poucas comparando-se que temos 141 municípios.

Ainda no campo das culpas, cabem as universidades que estimulam as disputas de gênero mas não incentivam a ação política. A educação que não ensina quase nada. E a própria política e os partidos que preferem manter velhas lideranças e proprietários de siglas. O que dizer aos nossos descendentes no futuro?

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Cuiabá

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