GABRIEL NOVIS NEVES
Na política o limite do bem e do mal é, muitas vezes, sinalizado por uma velocidade mil vezes superior à velocidade da luz.
Doutor Tancredo Neves dizia que política é igual nuvem: discute-se e acerta-se uma determinada situação e, logo em seguida, tudo muda de configuração. Tudo é desfeito.
O caso político de Cuiabá é tal qual uma nuvem. Há quatro anos o candidato a quem o PT hoje faz oposição, era o seu candidato a prefeito. Não tinha defeitos e era considerado símbolo do empreendedorismo.
A sua vice era companheira histórica do PT. Mesmo com o apoio dos governos Estadual e Federal, o empresário bem sucedido perdeu as eleições.
Nestas eleições o PT tem candidato próprio, apoiado por aqueles dois governos. O bem sucedido empresário também o é, mas as nuvens de quatro anos atrás tomam agora outra forma. Para começar: ser empresário sem nunca ter ocupado cargo no governo, agora é crime contra o pequeno funcionário público.
O que faz alguém que era do bem se transformar no próprio mal?
Ele não participou do mensalão, tampouco do mensalinho, descoberto aqui na nossa terra em fase embrionária de investigação.
Esse tênue divisor entre o bem e o mal só existe na política, e o que serve de liga entre esses opostos é a traição.
Nesta eleição “os traíras” estão assanhadíssimos. Gente de peso pesado e peso leve. Eles procuram o alimento da sua vida, que é a fartura da traição.
Não há “traíra” que já não ocupou ou ocupa um cargo público. É ali que eles se reproduzem. São
audaciosos e fazem questão de serem reconhecidos.
Nestas eleições, o bem e o mal estão de mãos dadas, para desespero da nossa população.
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