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Cuiabá, 25 de Outubro de 2024
25 de Outubro de 2024

24 de Setembro de 2017, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ONOFRE RIBEIRO

40 anos de política

Pelo volume de citações nas delações, haverá uma derrubada geral



O estágio crítico a que chegou a politica em Mato Grosso, de uma forma generalizada, marca claramente um período de tempo.

Começou a contagem dos últimos 40 anos exatamente na divisão de Mato Grosso, pela Lei Complementar 31/77, de 13 de outubro.

A política, até então, vinha de uma construção iniciada depois do fim da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945.         

Em 1977, a composição política de Mato Grosso era bem dividida entre representantes das duas regiões predominantes: o Sul, centralizado em Campo Grande; e o Norte, em Cuiabá.

Na primeira eleição de 1978, elegeram-se os novos representantes nos dois estados. As suas primeiras legislaturas.        

Em Mato Grosso, nasciam lideranças novas como Júlio Campos e uma série de nomes que fariam a história dos anos seguintes.

Lideranças como o ex-governador Garcia Neto seriam vitimadas pelo desgaste do processo da divisão.

De 1978 em diante, as velhas lideranças anteriores à divisão saíram todas do cenário, substituídas pelos novos eleitos em eleições seguintes.

Aqui aparecem nomes fortes como Dante de Oliveira, Jonas Pinheiro, Rodrigues Palma, Carlos Bezerra, Roberto Campos, Roberto França, Benedito Alves Ferraz, entre tantos.

Mas, destaco a chegada lenta e gradual de líderes vindos do interior que, em 1978, era um grande vazio. Vieram de todas as regiões e se revezaram seguidamente.        

Aqui destaco uma bastante emblemática: o deputado estadual José Geraldo Riva.

A partir de 1995, ele chegou à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, de onde nunca mais saiu até 2014. Ele passou pelos governos Dante de Oliveira (dois mandatos), Blairo Maggi e Silval Barbosa.

Construiu governos paralelos, que geraram as enormes controvérsias atuais. Acabou montando um projeto de poder, que precisou de pesados recursos financeiros pra se manter e ampliar.

Hoje, as operações policiais frutos de delações de Silval Barbosa, o envolvimento de Blairo Maggi acabam por passar, na sua maioria, por essas contradições.         

Pelo volume de citações nas delações de Silval já aprovadas e nas de José Riva em fase de aprovação, haverá uma derrubada geral nas lideranças políticas construídas após 1978.

Sem medo de errar, pode se dizer que começará uma nova safra de políticos, a partir desse fim previsto. Novos espaços chamados de “boqueirão” pelo ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França     

Curiosa a duração de exatos 40 anos da geração iniciada com a divisão de Mato Grosso, lá em 1977. Quem virá em 2018?

Seguramente, serão filhos da ressaca da crise da atual geração. Gente nova com novos sonhos, novas propostas e enorme potencial de recomeçar as futuras contradições...

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br    

www.onofreribeiro.com.br

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