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Cuiabá, 05 de Julho de 2025
05 de Julho de 2025

24 de Setembro de 2015, 11h:37 - A | A

JUDICIÁRIO / CORRUPÇÃO NA ASSEMBLEIA

Seis são soltos após depoimentos; deputados podem ser atingidos

Desfalque teria sido de R$ 2 milhões somente no gabinete da Presidência e do ex-parlamentar José Riva, que ainda deve ser convocado para depor.

KEKA WERNECK
RAFAEL DE SOUSA



Dos 21 presos por envolvimento em esquema de desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) durante a presidência do então deputado estadual José Riva (PSD), seis já foram interrogados e liberados, na manhã desta quinta-feira (24), após  24 horas de serem detidos.

"Se no decorrer das investigações ficar comprovado que a verba que o servidor recebia ele destinava para o deputado xis ou y ou para o gabinete x ou y, os deputados e os gabinetes também serão investigados”, explica o promotor Roberto Turin

O Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que é a Polícia do Ministério Público Estadual (MPE) e que desencadeou a Operação Metástase nesta quarta-feira (23), cumpriu 21 mandados de prisão contra servidores e ex-servidores da AL-MT, que teriam agido ou saberiam como o esquema funcionava. Só o 22º mandado de prisão ainda não foi cumprido, porque Odenilton Gonçalo de Carvalho Campos ainda está foragido.

Conforme apurou o foram colocados em liberdade Marisol Castro Sodré (ex-secretária), Leonice Batista de Oliveira (lotada no gabinete da presidência da Casa), Vinicius Prado Silveira (lotado na Secretaria de Controle Interno), Ana Marins (gabinete de Janaína Riva), João Luquesi (assessor técnico na Procuradoria da AL), José Paulo Fernandes de Oliveira (gabinete de Janaína Riva).

 

  Todos os mandados de prisão foram expedidos a juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane dos Santos Arruda. Na Operação, o Gaeco não solicitou mandados de busca e apreensão, trabalhando com vasta documentação recolhida na Casa pela Polícia Federal na Operação Ararath, que trata de crimes contra o sistema financeiro e também envolve o nome de José Riva.

A investigação começou com foco em uma verba destinada a cada servidor que deve administrá-la suprindo as necessidades do gabinete.

Segundo o promotor Turin, José Riva deverá ser convocado, mais adiante, a depor neste inquérito.

“O primeiro foco da investigação é no servidor que recebeu a verba. Agora, se no decorrer das investigações ficar comprovado que a verba que o servidor recebia ele destinava para o deputado xis ou y ou para o gabinete x ou y, os deputados e os gabinetes também serão investigados”, explica o promotor Roberto Aparecido Turin, que é do Núcleo de Patrimônio Público, de onde partiu a investigação.

Segundo o promotor Turin, José Riva deverá ser convocado, mais adiante, a depor neste inquérito.

O nome da operação – metástase – se refere ao esquema que tinha ramificações, lesionando, como um câncer, o erário público.

Os que foram liberados teriam colaborado com o Gaeco, que segue na manhã desta quinta-feira (24) com os depoimentos dos outros presos, que estão sendo deslocados do sistema prisional até a sede do MPE.

Os que foram liberados teriam colaborado com o Gaeco, que segue na manhã desta quinta-feira (24) com os depoimentos dos outros presos, que estão sendo deslocados do sistema prisional até a sede do MPE.

A prisão de todos é temporária, com validade de cinco dias, só para instrução do inquérito, mas esta pode ser prorrogada por mais 30 dias.

O Gaeco está tratando o caso em total sigilo.

A lesão ao erário teria sido inicialmente na ordem de R$ 2 milhões só no gabinete da Presidência e no gabinete do então deputado Riva.

Acontece que, de acordo com o promotor Turin, esta mesma verba vai para todos os demais gabinetes. “Então, neste ponto a investigação ainda vai andar”, podendo chegar a outros servidores, deputados e ex-deputados.

O MPE pediu uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da própria AL-MT para verificar quanto foi gasto em cada gabinete desta mesma verba no período e com o que.

Para evitar que a verba continuasse a ser possivelmente desviada, o MPE pediu e a nova gestão da AL-MT, presidida pelo deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), acatou a suspensão do pagamento, enquanto o caso é investigado. 

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