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Cuiabá, 02 de Setembro de 2025
02 de Setembro de 2025

11 de Agosto de 2015, 14h:47 - A | A

JUDICIÁRIO / EXPULSO DA IGREJA

Pastor, 'ex-gay' diz que foi espancado por colegas e quer R$ 1 milhão de Valdemiro

Ao tomar conhecimento da vida pregressa dele, um colega de fé o teria espancado enquanto dormia em um quarto dentro da igreja, da qual ele foi expulso. “Fui surpreendido com as agressões”, contou à Polícia

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



O processo movido pelo pastor evangélico Rafael Alves Ferreira, ou Rafael de Jesus, por suposta homofobia contra a Igreja Mundial do Poder de Deus está concluso para sentença.

Rafael alega ter sido espancado, por um colega de fé, enquanto dormia em um quarto dentro da igreja, após este saber que ele já teria tido relação hossexual e ter dançado em boate gay.

Impetrada em 2010, a ação corre na 8ª Vara Cível de Cuiabá e é conduzida pelo juiz Yale Sabo Mendes. Na ação de indenização por danos morais, Rafael pede R$ 1 milhão, por discriminação, humilhação e agressão física.

Rafael alega no processo, que era tido em alta conta na igreja, mas outros pastores ficaram sabendo que, antes de se converter ele havia tido relações sexuais com homens. Ele também fazia shows em uma boate gay da capital.

Ao tomar conhecimento da vida pregressa dele, um colega de fé o teria espancado enquanto dormia em um quarto dentro da igreja, da qual ele foi expulso. “Fui surpreendido com as agressões”, contou à Polícia.

Na ocasião da suposta agressão, antes de entrar com a ação, ele registrou boletim de ocorrência.

Em entrevista ao jornal Diário de Cuiabá, à época disse que estava sendo vítima de calúnia.

O pastor ainda relatou ter sido vítima de calúnia por não ter se calado e ter denunciado as agressões.

“Fui o primeiro membro a ser expulso da igreja por homofobia. Agora eles estão me caluniando, dizendo na TV da igreja, que está no ar 24 horas, que saí porque me flagraram com outro homem. Isso é uma mentira. Até poucos dias atrás eu era um pastor de confiança e, agora, estão me denegrindo dessa maneira perante a todos os fiéis, porque não fiquei calado após a agressão”, lamentou Rafael.

Sobre as agressões, na mesma entrevista detalhou que, ainda estava dormindo, quando levou um um tapa no rosto e um murro bem forte no peito do colega de fé. “Depois, me encostou na parede me enforcando e me mandando pedir desculpas, dizendo que quem mandava ali era ele. Me jogou no chão e fiquei gritando por socorro. Apesar de ter várias pessoas do lado de fora, ninguém abriu a porta para saber o que estava acontecendo e me ajudar”, relatou. 

Antes da expulsão, usando o codinome “Rafael de Jesus”, o qual ainda usa no perfil do Facebook, ele coordenava o grupo Geração Jovem Mundial.

O tentou falar, de várias formas, inclusive através de dois advogados, com a Igreja Mundial do Poder de Deus em Cuiabá, liderada nacionalmente pelo pastor Valdomiro Santiago, mas não conseguiu fazer contato até o fechamento desta matéria.

A homossexualidade para os evangélicos é uma abominação, porque é isso que diz a Bíblia, no livro Levídico.

“Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles”.

Para o movimento gay de Cuiabá, o exercício da sexualidade é um direito adquirido ao longo do tempo.

“Nenhuma igreja tem o poder de ditar como alguém vai demonstrar sua sexualidade, mas várias delas tentam oprimir os fiéis para encaixá-los nos padrões sociais. Só que isso tem mais a ver com manutenção de regras do que com fé”, destaca Alexanders Virgulino, presidente da Ong Livremente.

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wandeley alves cardozo 11/08/2015

Também sou ex gay, e quando tentei frequentar essa igreja, fui bastante rechaçado e discriminado, mas agora toco a bola pra frente.

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1 comentários