RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O juiz Marcos Faleiros, da 11° Vara Criminal do Fórum Cuiabá, validou o flagrante em que os "jornalistas" Pedro Ribeiro e Laerte Lannes, dos jornais “Página 12” e “O Mato Grosso” após tentativa de extorsão e estelionato contra o conselheiro Antônio Joaquim exigindo "contrato" mensal de R$ 5 mil com o Tribunal de Contas de Mato Grosso durante dois anos e o pagamento de R$ 25 mil para cada um.
A partir de agora, a denúncia será encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE) para abertura de investigação, porém Ribeiro e Lannes terão a prerrogativa de aguardar em liberdade provisória, por serem réus primários
O magistrado entendeu – depois de uma audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (1° de outubro) – que há indícios de autoria do crime mediante vídeo e áudio dos acusados. A partir de agora, a denúncia será encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE) para abertura de investigação, porém Ribeiro e Lannes terão a prerrogativa de aguardar em liberdade provisória, por serem réus primários, além de não representar risco eminente a sociedade. Eles ficaram detidos por pouco mais de 24 horas.
Os "jornalistas” foram presos logo após receberem dois cheques no valor de R$ 10 mil de uma empresa de Antônio Joaquim. O que eles não esperavam era que os policiais acompanharam a tentativa de extorsão e estelionato de uma sala ao lado no escritório do advogado do conselheiro, José Antônio Rosa, de onde podiam ouvir as conversas (gravadas em áudio e vídeo).
Os "jornalistas” foram presos logo após receberem dois cheques no valor de R$ 10 mil de uma empresa de Antônio Joaquim. O que eles não esperavam era que os policiais acompanharam a tentativa de extorsão e estelionato
A dupla estava pedindo dinheiro ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim, para parar de publicar notícias negativas contra ele, coisa que vinha acontecendo a várias edições.
Alegando estar em “situação difícil”, a dupla pediu R$ 25 mil para cada um e mais um contrato de R$ 5 mil com as duas “empresas” de comunicação, até o final da Presidência dele, que ainda nem começou, é prevista para o próximo ano.
O advogado, que intermediou a negociação em nome do conselheiro, que saiu da cidade, pediu um prazo até sexta-feira (2), para dar uma resposta aos dois jornalistas.
Durante a conversa, os dois foram presos em flagrante na manhã desta quarta-feira (30), às 10h45, pela Polícia Civil.
Em trecho do diálogo, o advogado pergunta se o valor é este mesmo.
Advogado - Isso aqui é o valor de cada um não é? Pergunto a você é este valor que eu peço de imediato?
Um dos jornalistas – É.
Advogado - E o valor mais para frente? Seria por quanto tempo?
Um dos jornalistas - Nós somos humildes, não adianta ser egoísta, o tempo que ele ficar na Presidência.
Advogado - E esse primeiro valor aqui temos como negociar ele?
Um dos jornalistas - Veja o que você pode fazer. É pouco. Nós estamos f**. Arruma isso aí para nós, você leva isso aí para ele (para o conselheiro, para ver se ele paga).
- Na contrapartida, vocês deixam de divulgar as coisas do médico? (Este médico é que estaria denunciando o conselheiro).
- Esquece! Esquece!