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Cuiabá, 16 de Junho de 2025
16 de Junho de 2025

04 de Dezembro de 2016, 08h:00 - A | A

GERAL / ÁGUA E ESGOTO

Prefeito reafirma contrato com CAB e nega acordo com empresário

Jornal diz que o Grupo Aegea Saneamento AS, por meio da Nascentes do Xingu, empresa que tem como sócio o empresário Filadelfo Dias, assumiria a concessão

RAFAEL DE SOUSA
DA REPORTAGEM



O prefeito Mauro Mendes (PSB) reafirmou, em entrevista ao , na sexta-feira (2), que o contrato com a CAB Ambiental, para a exploração do serviço de saneamento básico em Cuiabá, está mantido, nas condições em que uma credora da empresa - a RK Partners Assessoria Financeira e Gestão de Recursos - garantirá os investimentos no setor.

Segundo ele, não há nenhuma possibilidade de alteração na medida tomada na quarta-feira (30), quando ele anunciou o afastamento do Grupo Galvão - controlador da CAB Ambiental - do processo.

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Na prática, Mendes desmentiu a informação dada pelo "Diário de Cuiabá", na quinta-feira (29), segundo a qual o Grupo Aegea Saneamento AS, por meio da Nascentes do Xingu, empresa que tem como sócio o empresário Filadelfo dos Reis Dias, assumiria a CAB Cuiabá.

O jornal acrescentou que a gestão do Aegea começaria "tão logo a RK Partners (RKP) Assessoria Financeira e Gestão de Recursos, uma das credoras do Grupo Galvão e que assumiu a CAB, faça a recuperação financeira da concessionária de água e esgoto". (Leia reportagem AQUI).

Mauro Mendes lembrou que, com novas regras no contrato de concessão, RK Partners fará mudanças no quadro societário e passará a se chamar Grupo Iguá.

Neste caso, a empresa passa a ter a responsabilidade em investir R$ 204 milhões no sistema de água e esgoto, nos próximos 18 meses.

Segundo o prefeito, qualquer outra informação sobre os procedimentos adotados a partir do momento em que o Município decretou intervenção na CAB - que ainda vai durar 180 dias - não passa de “piada de mau gosto”.

“Nós fizemos um trabalho sério, em conjunto com o Ministério Público do Estado", disse Mendes, optando não discutir a notícia do jornal.

A previsão é que a RK, uma das credoras do Grupo Galvão - que está em recuperação judicial devido às investigações da Operação Lava Jato -, comece a atuar em 90 dias.

A empresa promete investir R$ 1,2 bilhão no saneamento básico, nos próximos sete anos.

"Rei do Ouro"

Filadelfo dos Reis Dias, mais conhecido como “Rei do Ouro”, é dono do Grupo Dias, que atua nos setores de energia, mineração e saneamento.

O empresário, que responde a processos judiciais, é sócio da Aegea Saneamento (AS) - que administra a Nascentes do Xingu -, detentora de 24 concessões de água e esgoto em Mato Grosso, Pará e Rondônia. 

Em 2013, ele foi preso sob acusação de encomendar a morte do sócio, porém, em março deste ano, teve o processo-crime arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça por falta de provas.

O empresário também teve o nome citados nas investigações da Operação Lava Jato.

Além disso, o empresário tem forte ligação com Fabíola Cássia de Noronha Sampaio, casada com Marco Polo Pinheiro, irmão do prefeito eleito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB).

Ela é sócia de uma hidrelétrica no Estado do Pará, onde uma das filhas de Filadelfo também figura como proprietária, conforme informou o Diário de Cuiabá.

Fabíola foi denunciada, durante as eleições deste ano, pelo candidato derrotado à Prefeitura da Capital, Wilson Santos (PSDB), por suposto favorecimento fiscais à empresa Caramuru Alimentos. Ela teria desobedecido a requisitos e trâmites legais.

Ainda de acordo com a denúncia, que ficou conhecida como “Caso Caramuru”, o favorecimento rendeu ao grupo político pagamentos de até R$ 4 milhões.

Em nota, Pinheiro disse, que sua relação com Fabíola é "totalmente distante, sem grau de parentesco".

"Portanto, não apenas vejo a inexistência da relação direta dela com o grupo citado, e muito menos comigo. E, por último, vale lembrar que quem está conduzindo este processo é o atual prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB)", completou.

Desde 2011, o grupo de Filadelfo Dias manifesta interesse na concessão de água e esgoto da capital mato-grossense.

Ele participou do processo licitatório, mas foi derrotado pela CAB Ambiental, administrada pelo grupo Galvão.

Operação Lava Jato

O nome de Filadelfo Dias foi encontrado casualmente pela Polícia Federal, em uma das listas do Grupo Bertin.

Os agentes encontraram, em um dos malotes apreendidos durrante operação, autorizações dadas pelos atuais conselheiros das empresas Curuá e Buriti - entre eles, dois membros da família Bertin -, para pagamentos entre R$ 450 mil e R$ 150 mil para o filho do ex-ministro Edson Lobão, o Lobão Filho, e ao empresário Filadelfo dos Reis Dias.

O dinheiro, segundo a Polícia Federal, seria para um suposto esquema de financiamento ilegal do PT, feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai, famoso pela amizade com o ex-presidente Lula.

Acusado de homicídio

O ministro Reynaldo Soares Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), arquivou, neste ano, um processo que investigava suposta tentativa de homicídio contra os empresários Wanderlei Torres, dono da Construtora Trimec, e Valdinei Mauro de Souza, em janeiro de 2012.

Na denúncia, consta que Marcelo Massuru Takahashi teria cometido o crime a mando de Filadelfo Dias, devido a uma suposta desavença após disputa da Fazenda Ajuricaba, em Várzea Grande, rica em minérios e pedras preciosas.

O Judiciário disse não ver indícios suficientes para a condenação dos suspeitos.

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