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Cuiabá, 06 de Julho de 2025
06 de Julho de 2025

17 de Dezembro de 2015, 08h:20 - A | A

GERAL / RISCO DE CONFLITO

Etnias vizinhas ameaçam reagir contra pedágios de Enawenê Nawê

Além do conflito entre as duas etnias, também há o risco de um atrito entre os índios e a população da cidade. Os índios das etnias Rikbaktsa e Cinta Larga ameaçam 'guerra'.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



Mesmo após terem confessado as execuções dos jovens Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, de 25, e terem quatro de seus membros presos em Vilhena (RO) por receptação de carros roubados, os índios da etinia Enawenê Nawê continuam a prática de pedágios na BR-174, entre Juína e Vilhena (RO). A ação tem causado medo entre os moradores e revolta de outras etnias indígenas da região.

"Nossos parentes são xingados, escorraçados. Isso não pode continuar. Nós estamos tristes e indignados com tudo que aconteceu. Os culpados devem ser penalizados”, disse Paulo Cinta Larga

Os índios das etnias Rikbaktsa e Cinta Larga, que têm aldeias do outro lado da rodovia onde ocorrem os pedágios, são contra a prática dos Enawenê e estão se sentindo prejudicados com o clima de tensão. Desde que houve o sequestro dos jovens posteriormente mortos pela etnia vizinha, eles não podem mais mandar suas crianças para as escolas em Juína, nem mesmo se deslocarem para a coleta de castanha onde trabalham.

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JNMT

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Indígenas prometem reagir contra pedágio se autoridades não proibirem

As duas etnias temem retaliações da população revoltada. “As pessoas em muitas situações não separam as etnias, muitos de nossos parentes são xingados, escorraçados. Isso não pode continuar. Nós estamos tristes e indignados com tudo que aconteceu. Os culpados devem ser penalizados”, disse Paulo Cinta Larga ao site JNMT.

À imprensa local, os índios contrários ao pedágio declararam que se nenhuma atitude for tomada por alguma autoridade, eles mesmos irão impedir o pedágio dos Enawenê Nawê. Os Rikbaktsa são conhecidos por usarem enormes alargadores na boca e nas orelhas e também por serem ferozes guerreiros, persistentes na luta por seus direitos à terra.

Até o final desta semana, está previsto o pagamento do auxílio-maternidade às mulheres indígenas, quando eles precisam ir à agência bancária da cidade para sacar o benefício. Com isso, é grande a possibilidade de um novo conflito envolvendo índios e não-índios. 

À imprensa local, os índios contrários ao pedágio declararam que se nenhuma atitude for tomada por alguma autoridade, eles mesmos irão impedir o pedágio dos Enawenê Nawê.

Os conflitos entre índios e não-índios no município são frequentes, mesmo antes da morte de Genes e Marciano, o que representou a “gota-d’água” para a onda de xenofobia contra os indígenas.  A população reclama que eles se comportam como estivessem acima da Lei, por circularem no perímetro urbano com caminhonetes lotadas de pessoas na carroceria, andarems com armas de fogo, arco e flecha, entre outras denúncias.

Até o final desta semana, está previsto o pagamento do auxílio-maternidade às mulheres indígenas, quando eles precisam ir à agência bancária para sacar o benefício. Com isso, é grande a possibilidade de um novo conflito envolvendo índios e não-índios.

Conforme o apurou, a cobrança para passar na via é de R$ 50 por veículo. Segundo o morador de Juína, Cleber Batista, a população tem tentado evitar viagens nesse momento turbulento que vive a cidade, mas a única alternativa para trafegar seria a MT-235, em Sapezal,  600Km mais distante e onde também ocorrem pedágios indígenas.

Segundo a imprensa local, existe um ponto de pedágio em que poucos índios ficam na estrada e quando os motoristas se aproximam, saem dezenas deles do meio da mata, intimidando quem tenta trafegar.

Não existe um posto da Polícia Rodoviária Federal em Juína, o posto mais próximo fica em Vilhena (RO). O tentou contato com o núcleo de Cuiabá e de Brasília para saber se alguma medida seria tomada, mas ninguém atendeu.

“Esse negócio de que índios são inimputáveis aqui em Juína não existe; todos eles conhecem muito bem as leis", declarou um tenente local.

De acordo com a Polícia Militar de Juína, a partir de agora haverá maior fiscalização para coibir irregularidades no trânsito. “Esse negócio de que índios são inimputáveis aqui em Juína não existe; todos eles conhecem muito bem as leis, as normas, sabem muito bem o que é certo e o que é errado”, declarou o tenente Machado ao site local.

 

 

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