CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
A sustentação da decisão expedida pela juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, que baseou os mandados de busca e apreensão na residência e no escritório do médico Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), aponta indícios de que o dinheiro proveniente do suposto esquema de corrupção do qual ele e o pai são acusados de liderar, tenha sido transferido para o exterior.
Almeja evitar que o representado recorra aos Países em que se suspeita que tenha ocultado o proveito dos crimes”, diz trecho da decisão.
“A proibição de ausentar-se do País visa possibilitar o trâmite processual rápido e eficiente, bem como almeja evitar que o representado recorra aos Países em que se suspeita que tenha ocultado o proveito dos crimes”, diz trecho da decisão.
A suspeita da juíza Selma Rosane baseia-se nas informações referentes à Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal, em 2014 e que descobriu que alguns dos envolvidos desviaram dinheiro para o exterior, o que seria indicativo de tentativa de fuga dos criminosos.
“É de se observar que as notícias veiculadas sobre a operação deflagrada pela Policia Federal denominada "Ararath", dão conta que alguns desses envolvidos desviaram ativos para o exterior, o que é um indicativo de que podem tentar foragir a qualquer momento, se soltos. Assim, necessária se faz a custódia cautelar, para evitar eventual fuga e possibilitar a futura aplicação da lei penal”.
Rodrigo Barbosa foi preso durante a quarta fase da Operação Sodoma, deflagrada na segunda-feira (25) pela Delegacia Fazendária (Defaz). A atuação dele foi apontada em delação premiada do ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos, que revelou que o médico seria o "braço direito" de Silval, no esquema que extorquia empresas beneficiadas pelo Estado entre 2011 e 2014.
De acordo com o Ministério Público Estadual, era Rodrigo o responsável por identificar possíveis fontes de propina, ou seja, empresários que pudessem ser extorquidos, além de receber a parte do dinheiro que “pertencia” a Silval e ainda fazia operações de lavagem de dinheiro oriundo da propina.
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