RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
Documento comprovaria que o cabo da Polícia Militar, Gerson Correa, réu confesso no processo que investiga um esquema de grampos ilegais no Estado, teria violado medidas cautelares impostas pela Justiça ao ir a uma casa noturna, no dia 30 de agosto.
Nos autos do processo consta que, no dia 28 de setembro, às 16h, um representante do Malcom Pub teria entregado uma ficha cadastral de clientes que estavam portando arma de fogo, com assinatura de Gerson. O cabo pode retornar a prisão, caso seja comprovada a ida dele ao local.
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Nos autos do processo consta que, no dia 28 de setembro, às 16h, um representante do Malcom Pub teria entregado uma ficha cadastral de clientes que estavam portando arma de fogo, com assinatura de Gerson.
"Certifico e dou fé que, nesta data, às 16 horas, compareceu espontaneamente nesta Secretaria, [...], representante do estabelecimento comercial Malcom Pub para fazer a entrega do documento original “Ficha cadastral de clientes portando arma de fogo” em nome de Gerson Luiz Ferreira Correa Jr., RGPM 882.721, na data de 30/08/2018", diz trecho da publicação.
Por esse motivo, o juiz da Décima Primeira Vara Criminal Especializada Justiça Militar, Wladymir Perri, intimou a defesa do cabo para que, no prazo de dois dias, manifeste sobre os novos documentos anexados ao processo. Após o prazo, com ou sem manifestação, solicitou que seja aberto vista ao Ministério Público do Estado (MPE).
Em março, por unanimidade, os desembargadores da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinaram a soltura do cabo Gerson Correa. Em contrapartida, a prisão preventiva foi revertida por medidas cautelares como, por exemplo, uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno.
Em setembro, o MPE recebeu uma denúncia de que o cabo teria descumprido as cautelares imposta ao frequentar a casa noturna.
Condenação
O Ministério Público Estadual apresentou as alegações finais no processo relacionado ao “Caso da Grampolândia Pantaneira”. Foi solicitada a condenação do cabo Gerson, por falsificação de documento público e falsidade ideológica, cuja pena pode chegar até 18 anos de prisão, também devido à continuidade delitiva.
Gerson é investigado após confessar que operou escutas ilegais em Mato Grosso. Por isso, o militar é considerado peça chave do esquema que grampeou advogados, jornalistas e autoridades políticas, na modalidade conhecida como “barriga de aluguel”.
Em seu depoimento, Gerson acusou o governador Pedro Taques (PSDB) e o seu primo, ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques de serem os donos dos grampos. Ambos negam envolvimento no caso.
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