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Cuiabá, 04 de Julho de 2025
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30 de Setembro de 2013, 08h:11 - A | A

CIDADES / SUPERLOTAÇÃO E DOENÇA

Sindicato denuncia surto de tuberculose na Penitenciária Central

Segundo dados do Ministério Público, repassados pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários, aponta que cerca de 200 reeducandos e 12 agentes estão recebendo o tratamento contra a doença

ALINE FRANCISCO



Os casos de tuberculose têm se tornado cada vez mais frequente na Penitenciária Central do Estado (PCE). Dados do Ministério Público, repassados pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários, aponta que cerca de 200 reeducandos e 12 agentes estão recebendo o tratamento contra a doença.

De acordo com o presidente do Sindicato, João Batista, os reeducandos que estão recebendo o tratamento convivem normalmente com os outros detentos. “Não há condições físicas de manter os presos doentes em celas isoladas, todos convivem juntos, num local onde a capacidade máxima é de 800 presos, convivem 2100. Não tem como separar”, diz.

Segundo ele, o detento que apresenta os sintomas da doença é levado para realizar o exame, mas em seguida retorna para a mesma cela. “O diagnostico só é dado após dois dias, nesse período, se a pessoa estiver mesmo com a doença, já contamina os presos sadios”, explica João.

A tuberculose é uma doença altamente contagiosa, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa via gotículas de saliva contendo o agente infeccioso, sendo maior o risco de transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação.

João Batista explica que assim que assim que diagnosticada a doença, o preso é submetido ao tratamento. Em situações normais, os doentes deveriam permanecer em isolamento por 15 dias, período em que a doença é transmitida, mas dentro da Penitenciária Central, o detento é mantido na mesma cela, segundo o presidente do Sindicato.

Os detentos diagnosticados com a doença recebem visitas normalmente e permanecem no pátio enquanto os visitantes estão na PCE. “A Penitenciária recebe a cada dia de visita a média de 700 pessoas. Crianças, idosos e outros visitantes permanecem no mesmo local, aí a doença além de estar dentro da penitenciária é levada para fora”, ressalta João. As visitas à unidade são realizadas na terça-feira, quarta-feira, sábado e domingo.

O tratamento é feito normalmente, mas devido o consumo de drogas o medicamento perde o efeito. “Mais da metade dos reeducandos são usuários de drogas, e os que estão contaminados usam normalmente, isso corta o efeito do medicamento. Já tivemos muitos diagnósticos dessa forma”, explica João.

O fato dos detentos também não realizar todo o tratamento também é um agravante. Eles iniciam o tratamento, mas não terminam. De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o tratamento deveria durar seis meses, mas na maioria das vezes o tratamento é interrompido, assim o vírus continua na pessoa.

Já os agentes penitenciários que são diagnosticados com a doença, são afastados da função por até 15 dias, em seguida retornam normalmente para dentro da penitenciária.

O OUTRO LADO - A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) confirmou a existência dos casos, no entanto não classificou como um surto. De acordo com a assessoria, na última semana os 2100 presos foram submetidos à exames, ainda não foi divulgado o resultado do mutirão. Os pacientes que tiverem a doença confirmada vão iniciar o tratamento em seguida.

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