APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
A empresa Entrel Entretenimento, responsável pela contratação do show da banda de rock Guns N’ Roses, desmentiu que a realização do show do grupo americano, no próximo dia 31 de outubro, esteja ameaçada. É que uma outra empresa, a LPV Business, empresa de Goiás, alega ser a detentora dos direitos de produção do evento.
“É importante ressaltar que o show segue confirmado, e toda a produção está sendo conduzida com responsabilidade e profissionalismo, de acordo com os padrões exigidos por uma atração internacional deste porte”, disse a empresa por meio de nota.
Além disso, a empresa disse que é a “legítima detentora dos direitos de produção do evento, tendo cumprido integralmente todas as obrigações necessárias para garantir a vinda da banda e a execução da turnê na capital mato-grossense”.
Ainda conforme a Entrel, a LPV Business não efetivou os pagamentos necessárias para a efetivação do acordo de cessão, o que acabou inviabilizando sua atuação no evento. A empresa estaria afastada da realização da turnê brasileira da banda desde maio deste ano
Após a inviabilização das tratativas com a LPV, a Entrel assumiu a responsabilidade pela produção do show, dando sequência aos acordos com o público, patrocinadores e fornecedores locais.
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Inclusive, foi em junho deste ano que a Entrel firmou parceria com a Ditado Produções para que ela assumisse a produção local do evento em Cuiabá, sendo a responsável pela autorização de uso da Arena Pantanal, por exemplo.
“A Entrel reafirma seu comprometimento com a transparência, a legalidade e o respeito a todos os envolvidos, reforçando que não há qualquer risco de cancelamento e que todas as informações oficiais sobre o evento devem ser consideradas somente quando publicadas pelos canais oficiais da produtora”, conclui a nota.
Entenda a confusão
A LPV Business, responsável pela captação de investimentos e parte da operação, afirma ter pago R$ 500 mil à Entrel como adiantamento contratual, aguardando os documentos que comprovariam a cessão da data, o contrato com a banda e o acordo com a plataforma Bilheteria Digital. Segundo a empresa, esses documentos nunca foram apresentados, e a Entrel ainda teria exigido mais R$ 4,3 milhões, sob ameaça de cancelamento do show.
Diante do impasse, a LPV acionou a Justiça pedindo a suspensão dos pagamentos e a exibição dos contratos. O caso tramita na 11ª Vara Cível de Goiânia (GO) e, em decisão inicial, a juíza Luciana Monteiro Amaral determinou que a Entrel apresente, em até dez dias, o contrato com o Guns N’ Roses, a cessão da data da Arena Pantanal e o contrato com a Bilheteria Digital. Enquanto isso, a LPV está desobrigada de realizar novos pagamentos.
A magistrada destacou que há “indícios de irregularidade” na conduta da Entrel e que a ausência de documentação representa risco de prejuízo elevado, já que os ingressos estão sendo vendidos e a estrutura do evento está em andamento sem garantias formais.
O processo ganhou novos capítulos quando a Entrel informou ter firmado uma nova parceria para realizar o show, sem rescindir oficialmente o contrato anterior com a LPV. Para a produtora, a manobra representa quebra de boa-fé contratual, pois a negociação com terceiros teria ocorrido de forma paralela.
Em decisão recente, o desembargador Breno Caiado, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), avaliou que não ficou comprovada a rescisão contratual entre as partes. Ele determinou que a Entrel apresente os documentos exigidos e manteve suspensa a exigência de novos pagamentos pela LPV.
A produtora também chegou a pedir o bloqueio da bilheteria do evento, alegando risco de dissipação dos valores arrecadados, mas o pedido foi negado. O magistrado entendeu que os recursos obtidos com a venda de ingressos são de responsabilidade da Entrel e que o bloqueio poderia comprometer a realização do show e prejudicar consumidores.
Em nota, a LPV Business informou que segue mobilizada para garantir a realização segura e transparente do evento, preservando os direitos de consumidores, fornecedores e patrocinadores.

















